domingo, 24 de fevereiro de 2013

Pensamento fashion para o dia do Oscar


"Um vestido não traz amor a ninguém", Miuccia Prada

Abadá: um erro fashion para ficar no passado

Carnaval. A festa do povo. A festa que faz janeiro perder o posto de primeiro mês útil do calendário – afinal de contas, todo mundo sabe que o ano só começa mesmo depois dos desfiles das escolas de samba de Rio e São Paulo, da passagem dos trios pelo circuito Barra-Ondina, em Salvador, e do fervo do frevo de Recife. Em suma: estamos quase em março, mas de alguma forma estamos nos primeiros momentos de 2013. E aqui cabe uma observação: a moda brasileira também parece preguiçosa e lenta, como se há pouco tivesse estourado os espumantes da noite de Réveillon. Pode ser que esse sentimento tenha a ver com o buraco que a São Paulo Fashion Week e o Fashion Rio deixaram nesse começo de ano – as semanas de moda ocorrem agora, em março, e até lá estamos vivendo, relendo e nos inspirando nas apresentações passadas. Mas certamente essa é apenas a impressão que fica para os meros observadores, já que grifes e estilistas estão quebrando as cabeças neste exato momento, trabalhando nas próximas coleções.

Mas a sensação que fica é que só temos as passarelas internacionais, sem aquela cor nacional, para nos guiar até que as primeiras tendências cruzem as passarelas da Bienal. E já que tudo parece assim, meio ainda como uma tela em branco, é impossível fazer apostas. No entanto, depois de uma passagem para lá de intensa por Salvador nos dias de folia, decreto, sem medo de errar: abadá, seja lá de que artista ou camarote for, é o maior crime fashion de todos os tempos. Não adianta colocar fitinha, glitter e paetê, nem recrutar estilista famoso para fazer um recorte diferenciado. É erro, não tem jeito. E não é um julgamento: também entrei nessa e tomei um susto ao olhar no espelho e ter a impressão de que estava tudo bem. Acontece. Carnaval é Carnaval. E já que o ano não tinha começado, que esse deslize fashion fique guardado, ali, no passado. E que venha 2013!