domingo, 27 de fevereiro de 2011

Pérola fashion de Keith Richards


"Eu estava começando a usar suas roupas na maior parte do tempo. Punha o que estivesse mais perto. Às vezes roupas minhas, às vezes roupas dela. Como tínhamos o mesmo tamanho, não importava. Se eu durmo com alguém, pelo menos tenho o direito de usar suas roupas. Mas isso incomodava de verdade Charlie Watts, com seus armários cheios de impecáveis ternos de Savile Row. Assim, eu comecei a virar um ícone da moda, porque usava as roupas da minha mulher. Outras vezes, eu vestia o que me davam - qualquer coisa que me jogassem quando estava no palco ou que eu achava fora do palco e se adaptasse ao meu tamanho. Bastava eu dizer para alguém 'gosto dessa camisa', e por algum motivo ele se achava obrigado a dar a camisa para mim. Eu costumava me vestir com roupas que tirava de outras pessoas"


De 'Vida', a viciante biografia de Keith Richards. E nos anos 60, ele usava o estilo girlfriend. Gênio

Vale a pena ver de novo



Revi ontem o vídeo do famoso desfile secreto que Tom Ford fez e que sacudiu o mundo fashion no fim do ano passado. Só em janeiro as primeiras imagens vieram a público, assim como o filme que mostra muito mais do que uma coleção. E tudo ali tem tanto valor por uma série de motivos: apenas Terry Richardson foi autorizado a fotografar e só umas cem pessoas puderam acompanhar ao vivo o que foi quase uma performance. Na passarela, que nem parecia passarela, surgiram belíssimas mulheres como Julianne Moore e Lauren Hutton. Por essas e outras, resolvi dar uma de Canal Viva e postar o filme. Vale muito a pena ver e ver e ver de novo. Ah, Dener assistiria e diria, com certeza, que poderia fazer melhor. Por mim, ok.




Pensamento fashion para um domingo de Oscar

"Faço uma figura extremamente demodé. Um homem pertencente ao ano de 1888. Aliás, eu me sinto todo pertencente a outro século, e isso inclui minha casa, minhas coisas. Sou um sofisticado personagem de Oscar Wilde, talvez"

E já que hoje é dia de Oscar, acho que cabe esse também: "Nem morto vou ser galã de filme italiano"

Dener, claro, em momentos de afetação, talvez

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Coisas de it girl



Depois de ser super exposto em 2009 e 2010, o estilo boyfriend, popularizado por Katie Holmes, que usou sem constrangimento calças e camisas de Tom Cruise em looks bem femininos, perdeu um pouco de espaço nas passarelas. Principalmente porque foi esgotado por grifes e redes de fast fashion, que perderam o conceito do estilo, criando peças com modelagem mais larguinha e com corte masculino, mas que já nasceram para pertencer a ala feminina do guarda-roupa.






O verdadeiro boyfriend, que vem mesmo do armário masculino, segue firme e forte entre aquelas que não esperaram o aval da moda para embarcar nele. E como it girl que é, minha amiga Maiara Camargo é uma das que não precisam de embalo nenhum para manter a fashionisse em dia. E não é que ela, que cunha frases memoráveis, como 'ai, que angústia' e 'estou sem dinheiros', me apareceu essa semana na redação toda trabalhada no boyfriend de seu namorado Vitor. A camisa xadrez não poderia ter sido melhor escolhida. Ah, coisas de it girl, né? Acho que Dener aprovaria Maiara Camargo, mesmo não entendendo o gosto feminino por calças jeans. Acho até que ele a incluiria na categoria mulher-luxo.

Pensamento fashion para uma sexta-feira próxima do Carnaval

"A única elegância real está na mente, se você tem isso o resto vem naturalmente"

Diana Vreeland (1906-1989), a mãe de todas as editoras de moda

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Crime fashion da semana

Não sei se é o calor ou mesmo certeza da impunidade. Mas o que as mulheres estão deixando de lingerie cor da pele a mostra não é brincadeira. Lingerie aparecendo é legal, Vogue e Elle já decretaram e faz é tempo. Agora sutiã nude, criado exatamente para não aparecer debaixo da roupa, saltam e gritam em qualquer combinação.

Assim, não rola. É crime fashion, sem direito a fiança. Se aparecer num look com bota branca ou plataforma, corre-se o risco de prisão perpétua. E numa loja fast fashion, em fim de coleção e em dia de promoção 90% off. Dener, há muitos anos, decretou: A mulher cafona é sempre espalhafatosa, GOSTA DE MOSTRAR O QUE ELA NÃO SABE QUE DEVIA ESCONDER". Não dá para contestar o mestre. Pronto falei e pronto parei.

Ah, Ney Matogrosso


Que Ney Matogrosso foi e é um ícone de moda não é nenhuma novidade. Prestes a completar 70 anos e no auge de sua performance artística, ele retornou a São Paulo. Três shows apenas. Quase duas horas de apresentação. Quase. Pouco, pouco, pouco. Suficiente, no entanto, para perceber que ele continua sendo o artista brasileiro que mais atitude de palco tem.


Vestindo calças e blazer claros, peças que mais parecem terem sido costuradas em seu corpo, tamanha a perfeição de seus caimentos, ele enche o palco. Enche o palco de informação de moda com movimentos graciosos, contidos e calculados. Lindo, lindo, lindo de ver. Maravilha de ouvir.


Vendo ele ali, dissecando "Beijo Bandido", faixa a faixa, acabei imaginando-o abrindo e fechando um desfile. Ney na passarela, atração máxima de uma coleção que não precisaria de nada para se espalhar pelos blogs, colunas e revistas de moda mundo a fora. Olhando para ele lá em cima, e eu dançando contidamente lá embaixo, pensando e sentindo tanta coisa, desejei ter um pouco do talento dele. E também sua capacidade de encher um palco, ainda que ele quase nada se movimente, e chamar para mim a atenção de centenas de pessoas.


Não sei se Dener e Ney se cruzaram em algum momento, mas acho que isso é bem possível. Imagino que eles se dariam bem e que Dener poderia até lhe fazer um figurino. Afinal de contas, Ney Matogrosso é puro luxo!

Pensamento fashion para um domingo de fim de horário de verão

"Consegui abrir uma butique sofisticada porque dois cavalheiros estavam como que disputando em leilão meu pequeno corpo ardente"

Coco Chanel, sobre os amantes Balsan e Boy Capel

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Pensamento fashion para o Valentine's Day

"Não há tempo para a monotonia do previsível. Há tempo para o trabalho. E tempo para o amor. Isso nos toma todo o tempo"

Coco Chanel

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Pensamento fashion para quem acha que se ama demais e vai descobrir que está enganado a seguir

"Podem dizer o que quiserem de mim, mas não podem negar o meu talento. Isso o público tem que engolir"

Dener, em um momento "eu me amo mais do que tudo". Amo demais

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Um ano sem ele


No dia 11 de fevereiro de 2010, uma notícia abalou o mundo da moda. Aos 40 anos e com uma das carreiras mais promissoras no meio fashion, o estilista Alexander McQueen foi encontrado morto em sua casa, em Londres.


Desde então, tudo já se falou do gênio que transformou caveiras em objetos de desejo, criou estampas digitais incríveis e foi até capaz de dar classe a uma calça de cintura baixa. Isso para se falar o mínimo do britânico que deixou uma lacuna de criatividade e estilo que dificilmente será preenchida. Uma lacuna que deixou as semanas de moda menos interessantes. Uma falta que será sentida por muito tempo e que não pode ser explicada.


Dener certamente sentiria falta de McQueen. Acho que eles tinham um jeitinho até parecido. Poderiam ter sido amigos, quem sabe. Não dá para saber. A única certeza é que os dois fazem muita falta.

Pensamento fashion para uma quinta-feira feliz feliz

"Algumas capas de Vogue fazem sonhar'

Da própria Vogue, em reportagem sobre o estilo navajo

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Pensamento fashion de Ricardo Almeida

"O cinza grafite é a nossa cara. SP não é mais a tal "terra da garoa" ou a "a selva de pedra", mas o cinza combina com a atmosfera da cidade"

Ricardo Almeida, estilista fino, elegante e sincero na revista São Paulo

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

SPFW e suas pequenas corrupções


Expressão máxima da moda no Brasil e it place dos fashionistas de plantão, a São Paulo Fashion Week é uma festa para quem ama Vogue, estilistas, tecidos, estampas, cores e afins. Mas por maior que seja a paixão pelos looks e pela passarela, pelos nomões e amigos que se encontra por lá, SPFW também é o lugar em que se vê tantas coisas que deveriam estar fora de moda há séculos.

Não é preciso ficar muito tempo na bienal para ver situações que minam, pouco a pouco, a vontade de estar ali. O desencanto começa logo na entrada. As pessoas se apegam a pequenas corrupções como se elas não fossem um problema e fazem qualquer coisa para entrar sem convite. Vi muita gente evocando nomes de políticos, assessores e até usando uma pequena fama para furar o cerco inicial de seguranças.

Passada essa etapa, tudo tende a piorar. Lá dentro, as pessoas matam e morrem por um brinde que certamente ficará esquecido em poucas horas. Por mais incrível que seja um esmalte, ele certamente custa no máximo uns R$ 5. A não ser os estrelados, como os da Chanel, de R$ 92. Mas acreditem, esses não são dados de brinde. Nunca.

Nas salas de desfile, as corrupções, assim como a importância do momento, crescem. Tem gente que pega o brinde da primeira e fila e some lá trás. Outros não se contentam com seus lugares e pegam os alheios. Sem constrangimento, claro. E sempre tem alguma figura que se acha a Anna Wintour e chega tirando pessoas tranquilas de seus lugares sob a alegação de que aquele pertence a ela. E não estou falando de uma cadeira quase que cativa na primeira fila. Isso acontece na modesta terceira fila, que abriga jornalistas que abastecem sites, jornais e revistas com as informações do desfile.
Quando o show acaba, muita gente, vestida de grifes dos pés a cabeça, com o corte de cabelo do momento e com o sapato mais estiloso do mundo, pula por cima dos outros. E para que? Para certamente entrar em alguma fila. Depois dessa maratona toda, quando se tem vontade de comer alguma coisa, lá dentro não há espaço suficiente e poucas opções. Aí, quem pode e não está trabalhando, vai embora. E foi isso que eu fiz, depois de ver o belo, porém difícil, desfile de Lino Villaventura.

Claro que nem tudo são pequenas e grandes corrupções na SPFW. A gente encontra muitos amigos queridos, dá boas risadas com os looks inspiradíssimos que aparecem a todo instante e ainda tem a sorte de cruzar com gente fina, elegante e sincera que movimenta a moda brasileira. Tipo o fofo do Fause Haten, sempre uma grata surpresa. E isso é sempre bom. Sempre. Assim como é muito bom aquele momento que antecede a entrada das modelos na passarela. Por essas e outras, não tem como não amar a SPFW. Um amor daqueles que pode até dar um certo trabalho em algum momento, mas que faz nosso coração bater mais rápido. Não sei se Dener aprovaria ou não a São Paulo Fashion Week. Não sei se ele gostaria de ficar andando de lá para cá na bienal, já que tinha falta de açúcar no sangue, mas isso a gente nunca vai saber, né? Pena.