segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

"Sometimes I would buy Vogue instead of dinner. I just felt it fed me more", Carrie Bradshaw

Neste mês a Vogue Brasil completou 400 edições. No mundo, apenas as edições americana, francesa, italiana e inglesa já chegaram lá. Para comemorar, além do melhor editorial do ano, estrelado por Rodrigo Santoro e Alessandra Ambrósio, a revista pediu que leitores - anônimos e famosos - contassem o que os leva a ler a revista. 400 frases foram selecionadas, cem entraram para a edição. No meio dessas cem respostas, algumas são bem interessantes, outras revelam coisas interessantes. Por exemplo, Fausto Silva conta que lê a revista todo mês e que sempre se interessou por moda. Fiquei intrigada. Como é que alguém que usa aquelas camisas gosta de moda? Outra coisa que me intrigou: estilistas brasileiros que trabalham fora do País mandaram frases em inglês. Não entendi, assim como não entendi o motivo de publicá-las sem tradução. Coisas da vida. Coisas da 'Vogue'. Algumas boas respostas em homenagem a 'Vogue' 400

"Eu leio a Vogue para saber sobre as coisas adoravelmente frívolas, que eu levo muito a sério", Alexandre Gabriel, diretor da Fortes Vilaça

"No Vogue, no life! I am a Vogue addicted", Alice Ferraz, empresária

"I read Vogue Brazil because it is a fashion force. Like brazilian women, it is seductive and flamboyant, colorful and confident. A powerful combination", Diane von Furstenberg

"Sempre me interessei por moda, tenho vários amigos na área, tanto no Brasil, quanto no exterior. Leio mensalmente também as Vogues da Itália, França, Inglaterra e EUA. O que mais gosto na brasileira é que a revista vai muito além do fashion, com ótimas entrevistas e tendências de comportamento. Só não sabe da força da Vogue, quem, até por preconceito, nunca leu um exemplar", Fausto Silva

"Vogue é a maneira mais sofisticada para entender a alma feminina", J.R Duran

"Por que ler a Vogue? Para ficar com a mente bem-vestida", Washington Olivetto

Vejo branco em você


Matéria minha publicada no "Jornal da Tarde", no último dia 25

A cor do Ano Novo e também do verão


Desejo imediato assim que dezembro se anuncia, o branco toma conta das vitrines e araras com ainda mais força neste ano. Cor clássica das festas de réveillon – ela é símbolo da paz que se deseja atrair para os 365 dias vindouros –, o branco é, neste momento, tendência absoluta nas passarelas nacionais e internacionais. Grifes de peso como Stella McCartney, Lanvin, Givenchy e Chanel foram algumas das que apostaram recentemente em looks branco total em seus desfiles.
Por aqui, nas semanas de moda focadas no verão 2012, brasileiros como Reinaldo Lourenço, Cori e Alexandre Herchcovitch também entraram na onda. E essa onda aporta no País com energia extra: a cor é altamente afinada com o quente verão brasileiro. Tudo isso, no entanto, não faz do branco um curinga, daqueles que não exigem muito – ou nenhum cuidado – na hora de compor um look.
Para não errar, seja nas festas de fim de ano ou no dia a dia, vale ter uma regra de ouro em mente: o branco capta luz e aumenta visualmente. “Pode ser usado por todo mundo, mas é preciso que a pessoa conheça seu corpo para saber onde colocar a cor. Ela deve ser usada em partes que se quer valorizar”, esclarece Arlindo Grund, stylist e apresentador.
Consultor de moda, Gustavo Sarti lembra outro detalhe que pode derrubar uma produção. “Um aspecto importante é atentar para que o branco não revele pontos fracos do corpo, como celulite.” Peças muito justas e de tecidos finos e transparentes fatalmente deixarão a lingerie à mostra – aí vale apelar para roupa de baixo cor da pele. As mais cheinhas, ensina a personal stylist Titta Aguiar, devem optar por modelagens mais retas. E para arrematar o look, “uma camisa, túnica ou capa de outra cor, mais escura” deve ser colocada por cima das peças brancas.
Aqueles que desejam se vestir dos pés à cabeça com a mais alva das cores têm de caprichar nos detalhes para evitar que a produção fique sem graça. “Acessórios, principalmente metalizados, brilhos ou peças coloridas quebram o branco total e dão mais vida”, ensina Sarti. Arlindo Grund lembra que fazer um mix de cores vizinhas também funciona. “Branco, um off white e um branco mais sujo ficam ótimos”, atesta o stylist. Um colete ou uma jaqueta também podem adicionar mais bossa ao look, afinal de contas, ninguém quer correr o risco de ser confundida (o) com uma enfermeira (o) em plena festa de réveillon.
E como acontece em todo janeiro, ao lado do novo ano, chegam também as liquidações de peças brancas, um momento para se aproveitar a oferta de modelos, dizem os especialistas. “Peças avulsas, como saias, shorts e calças, que podem ser usadas com cores diferentes e estampas” são bons investimentos, diz Titta Aguiar. “Camisaria é um tiro certo”, completa Grund.
Dicas anotadas, é hora de pensar na melhor maneira de tirar proveito da cor, que pode arrancar aplausos, vide o frescor dos looks das passarelas selecionados nesta página, ou ser responsável por um crime fashion daqueles – basta lembrar de calças fuseaux brancas ou das temíveis botas das Paquitas da Xuxa nos anos 80. Bem, talvez seja melhor nem lembrar.
Para não correr nenhum risco na hora de recepcionar 2012, Gustavo Sarti dá um toque daqueles para a vida toda: vale o investimento, sim, e é uma boa se jogar na tendência do momento, mas “se a peça for mais básica e clássica, poderá ser usada por muito tempo.” Sábias palavras.

Pensamento fashion de Liz Taylor

"Nunca considerei minhas joias como troféus. Estou aqui para tomar conta delas. Quando morrer e elas forem a leilão, espero que os compradores lhes dêem uma boa casa",

no livro "My Love Affair with Jewelry", 2002

sábado, 17 de dezembro de 2011

Um ano bem Galliano

Falta pouco, bem pouco, para que 2011 dê seus últimos suspiros. Mas em um ano como esse é melhor ter certeza de que ele, gentilmente, cederá espaço para os próximos 365 dias sem criar mais nem um de seus contratempos. 2011 teve seu brilho, ah, isso é verdade. Seria injusto e até uma bobagem negar. No entanto, quando ele se recusou a brilhar, não houve glitter ou paetê capaz de reverter a situação. Pessoalmente falando, 2011 me fez sentir como a Dior que, no meio de uma calmaria sem tamanho, dias e dias de alta-costura, assistiu a Galliano surtar e jogar toda a segurança, a organização e o orgulho da grife em um mar - revolto - de incertezas. Mas como moda e a vida cotidiana têm tudo a ver, mais uma vez, da crise, vieram boas ideias. A Dior colocou mais de uma dezena de funcionários na passarela ao fim de seu primeiro desfile sem Galliano, causando o burburinho fashion da temporada. E eu, bem, eu não precisei fazer desfile nenhum, pelo menos por enquanto. Se não me sinto uma Dior, estou, ao menos, como uma fast fashion - mas daquelas que fazem parcerias com grandes estilistas e que causam frisson a cada nova coleção, claro.

Em 2011 eles deram o que falar:



  • Janeiro: Dilma assumiu a presidência, usando saia nude e cabelo by Celso Kamura. Ela mostrou a pouca habilidade com salto, mas também que não é isso que importa por ali. Pena que o ano passou e ela não evoluiu para um vestidinho

  • Fevereiro: John Galliano, claro. Bebeu - não sei se foi só isso, confesso - e caiu naquela tentação que acomete os alterados: dizer um monte de bobagens. Fez comentários considerados antissemitas e perdeu o cargo de estilista da Dior, que mantinha há mais de dez anos. Big mistake

  • Março: e viva o fast fashion. Todas, todas mesmo, grandes redes fizeram parcerias com fortes nomes da moda. Todo mundo pode ter um Pedro Lourenço, Cris Barros e Stella McCartney para chamar de seu por preços convidativos. Só um problema: muita coisa só é encontrada em numerações a partir do 38. Disso ninguém falou



  • Abril: Gisele Bündchen lança sua primeira coleção para a C&A. Mais uma vez o problema das numerações aparece, mas, sinceramente, pouca coisa realmente valia a pena. O casamento de Kate Middleton e William trouxe de volta o desejo pelo vestido de noiva à la Grace Kelly, isso foi muito bom. Por outro lado, os fascinators usados no dia da celebração criaram o maior oba oba, mas gente, não rola. Aqui no Brasil, melhor não

  • Maio: Alexander McQueen é homenageado em Nova York com uma exposição que o mundo inteiro viu e comentou

  • Junho: todas as grandes modelos da atualidade desfilaram nas semanas de moda do Rio e de São Paulo. De longe, o melhor deles foi o da Osklen. Das passarelas veio todo o tropicalismo que já havia pipocado lá fora, principalmente na Prada

  • Julho: Gisele Bündchen é a estrela do mês na Vogue Brasil e a revista coloca nas bancas quatro capas diferentes com a über top

  • Agosto: o mês que valeu por pelo menos três trouxe a São Paulo uma exposição de Steven Klein

  • Setembro: o mundo volta seus olhos para a moda brasileira e todas as grifes que importam fecham acordos para abrir lojas por aqui, entre elas Lanvin e Miu Miu

  • Outubro: mês de rock in Rio e a música - principalmente o rock - influenciou fortemente as tendências do momento

  • Novembro: morre Loulou de la Falaise, amiga e musa de Yves Saint Laurent, e a Daslu abre sua primeira loja no Rio. Por lá, o forte serão as peças de etiqueta própria, um pouco diferente do que vemos em São Paulo. Pelo menos por enquanto

  • Dezembro: mais fast fashion em alta. Riachuelo e C&A ganham novas e inspiradas coleções de figurões da moda. O verão se aproxima com muita saia longa, espadriles, vestidos de laise, peças florais, sapatos coloridos e uma necessidade urgente de acessórios corais. A oncinha dá um tempo para que a estampa figurativa de bichos - tucanos, leopardos e araras - estampem camisetas. Píton é obrigatório

sábado, 10 de dezembro de 2011

Coisas de Danuza

"Se a grana estiver sobrando, umas botas de cobra, por que não? Afinal, a vida é curta, e elas não saem de moda, até porque nunca entraram. É bom para conservar um lado rock'n'roll"

"Uma amiga contou que foi a um jantar e encontrou 12 moças usando sapatos de sola vermelha, Louboutin, isso é o que eu chamo de tragédia"


Danuza Leão, em 'É Tudo tão Simples'

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011