sábado, 22 de dezembro de 2012

Os chinelos da Berrini ou a boa nova da novela das 21h


Primeiro disseram que o mundo iria acabar. Depois que tudo não passava de uma data para marcar um importante recomeço. Mas não estaria o recomeço no raiar de cada dia, ali, meio que na espreita do que as próximas horas poderiam trazer, criar, abrir espaço ou sabe-se lá o que mais diante das infinitas possibilidades que a vida oferece? Pois bem, 2012 não acabou com o mundo. Nos últimos suspiros do ano, as pessoas seguem amando (ou não), trabalhando (ou não), rindo ou chorando, ou rindo e chorando ao mesmo tempo, matando e morrendo por aquele presente de última hora que precisa ser comprado. Seguem paradas no trânsito infernal causado pelas árvores de Natal cada vez mais incríveis (ou não, depende do ponto de vista) que pipocam na cidade e fazem as pessoas sonharem. Com o que? Juro que ainda não decifrei o mistério que faz muita gente tirar foto de árvore de plástico e achar tudo lindo nesta época. Que fique claro: não julgo, acho bonito até. Coisa de gente evoluída. Eu que não cheguei lá, acho. 

Seguimos trombando com a multidão na avenida Paulista, ouvindo relatos tristes de amores que não engataram e celebrando paixões que aconteceram aqui ou ali, do outro lado do mundo. Ou seja, o mundo não acabou, vida que segue igual. Quer dizer, quase igual. Um movimento tem me intrigado lá pelos lados do Brooklin, o bairro dos executivos, onde todo mundo parece falar ao menos três línguas. Todas as manhãs e todas as noites, vejo mulheres impecavelmente vestidas usando chinelos. Sim, é como se elas fossem produzidas em uma fábrica. São chinelos de todos os tipos, a maioria estilo Havaianas. São poucas as que usam transporte público e ainda saem e voltam para casa usando os saltos altíssimos que fazem a trilha sonora ruidosa dos escritórios próximos a Berrini. O lance agora é colocar os sapatos quando já se está próxima do trabalho e tirá-los assim que se ganha a rua na hora de ir embora. Eu não conseguiria. Não sei explicar bem o motivo, mas esse movimento não me pegou. Mas ele existe, forte, organizado e legítimo.

Agora se tem um movimento que tem todo o meu apoio e que penso super em abraçar é o cinto duplo que surgia de vez em quando em editoriais de moda e que passou a bater cartão na casa de todo mundo que tenha paciência para ver ao menos um bloco de "Salve Jorge". Adepta da moda, a personagem de Giovanna Antonelli é o ponto alto fashion da novela. Cada aparição dela alimenta aquela vontade louca de ter um closet igual ao da delegada Helô. Por mim, a trama poderia ser só sobre ela e os cintos, um mais grifado que o outro. Dener certamente aprovaria. Pelo menos, eu acho.

domingo, 9 de dezembro de 2012

Mick Jagger e suas ideias sobre moda

Reprodução
"Atento à moda, Jagger começou a cultivar um visual mais despojado, que aparentasse um certo ar boêmio-urbano-estudantil, influenciado certamente pela pose de estudantes de artes de Keith e Dick. Ele parou de tomar banho regularmente, deixou o cabelo crescer, começou a fumar, talvez na esperança de tornar a voz mais grave. Quando não estava na aula, zanzava pelo Soho vestindo suéteres esfarrapados, jeans apertados e botas", Marc Spitz, em "Jagger, a biografia"

domingo, 2 de dezembro de 2012

Pensamento fashion para um domingo de dezembro

"Não sou linda. Separadamente, minhas características não são perfeitas. Sempre tenho meu cabeleireiro e meu maquiador por perto",





Audrey Hepburn

sábado, 17 de novembro de 2012

Pensamento fashion para simplificar


"O preto simplifica...além de parecer mais bem-feito, o preto também sempre parece um pouco mais caro",
Costanza Pascolato em "Confidencial"

Fim da linha: os sneakers estão em liquidação


É assim desde que o mundo é mundo. Desde que a moda é moda. Uma novidade aparece ainda na passarela com jeitão exclusivo. Nas vitrines, ainda é cara. Só a vimos entre os formadores de opinião. Em seguida, a boa nova passa por algumas modificações e cai no gosto dos fashionistas. A partir daí, populariza-se. Está em todas as vitrines, com modelos para todos os bolsos e gostos. Quando isso acontece, o formador de opinião, que ajudou a lançar esse gosto, já abandonou tal moda porque há uma produção em massa, todos se apropriaram dele. E aí, seis meses depois, em média, aquilo que todo mundo desejou e amou está em liquidação. Não adianta chorar: esse é o fim da linha, o fim do ciclo da moda. Pois é, como aconteceu com as calças de cintura baixa, com as de cós largo, com as baggy e semi-baggy (Jesus, como pudemos?), com os vestidos trapézio, com as estampas liberty, a pochete (obrigada, obrigada, obrigada), as ombreiras e tantas outras coisas que é melhor nem lembrar, os tênis apelidados de sneakers estão prestes a sair de circulação.
Na Oscar Freire e nas lojas de comércio popular, nas fast fashion e nas grifes descoladas, os tênis de salto alto estão em promoção. Sim, juro que vi modelos que eram vendidos a R$ 300 por R$ 79,90. Nada mais triste para uma tendência do que ser vendida por R$ 79,90 e ainda ficar em uma prateleira em destaque, com aquele jeitão de “por favor, me leve para casa”. Quase dá para ouvir um lamento triste. Sim, os sneakers perderam espaço para as coleções de alto-verão, que já desembarcaram solares e coloridas nas lojas.
Confesso que os sneakers não fizeram minha cabeça. Nada contra eles, pelo contrário. Acho demais quem sabe (soube) combinar de uma maneira cool, mas sei que não são para mim. Salto na minha cabeça ainda é sinônimo de scarpins e sandálias de tiras (tomara que seja assim para sempre). Na semana de moda do começo do ano, as tops todas usavam sneakers. Estavam lindas e descoladas que só elas, mas, pelo jeito, na próxima Fashion Week, em março, vão advogar por outra causa fashion. Se nada acontecer, algo como uma renovação daquelas, os tênis de salto alto vão entrar para o hall das modas que passaram e que não conseguiram entraram para a seleta lista dos clássicos, aqueles que nunca desaparecem, viva o jeans e o batom vermelho!
Pode ser que demore mais uns meses para que os sneakers entrem na lista “so last season”, mas o lamento triste dos modelos que vi nas prateleiras de liquidação tocou meu coração. Confesso que um dia, enquanto aguardava a vendedora me trazer um par de sapatilhas para provar, aproveitei que um par de tênis de salto repousava feliz perto de mim. Olhei para os lados e não tive dúvidas: provei. Precisava saber o que tanta gente via neles. Um segundo depois, mesmo sem ter tido um sneaker para chamar de meu, entendi: eles são seguros, altos, quentinhos e confortáveis. Em outras palavras, irresistíveis. Por isso, entendo o lamento dos tênis que nesse momento são negociados por um terço de seu valor original. O que posso dizer? Obrigada por tudo, descansem em paz e não desçam do salto, jamais! 

domingo, 11 de novembro de 2012

São Paulo Fashion Week, Fashion Rio e suas ausências


Look do sempre incrível desfile de Gloria Coelho
Foi mais ou menos aquela maratona de sempre. Coladas uma na outra, a São Paulo Fashion Week e a Fashion Rio ocorreram pela primeira vez em novembro, mudança de data causada pela alteração no calendário da moda brasileira a partir deste ano. Até aí tudo bem: tivemos muitos desfiles – ainda que com um calendário reduzido de apresentações -, algumas boas surpresas na passarela e aquele típico burburinho nas cidades por causa do vai e vem fashion das semanas de moda – aquela coisa de top que passa poucas horas no Brasil e a gente adora saber tudo o que ela vai fazer por aqui. Mas, além disso, SPFW e Fashion Rio foram ausências.

Ausência de atitude de algumas grifes, que apostaram descaradamente em tendências do passado, ainda que isso não tenha resultado em peças desinteressantes, mas assim, poucas trouxeram à passarela aquela novidade que salta aos olhos assim que o desfile começa. Ausência da Neon, que sempre traz um colorido e uma graça. Ausência (ou drástica redução) de famosos bacanas nas primeiras filas – em São Paulo, com a mudança para o Parque Villa-Lobos, os lounges sumiram e com eles os rostos conhecidos. Ausência doída do prédio da Bienal, onde tudo parece fazer mais sentido. Ausência de coragem da TNG em bancar a virgem de Santa Catarina em seu desfile, desistindo da participação da menina que leiloou a virgindade na internet horas antes de o desfile começar. O motivo? A reação negativa causada pela notícia. Impossível ser mais careta. Ausência de cortesia, quem esteve por lá sabe do que estou falando.
Mas assim, a ideia não é julgar, porque julgamentos, além de erros certeiros, são burros e fora de moda. A ausência, de repente, sinaliza uma mudança de rumo, de proposta, prefiro pensar. Quem sabe a busca por algo novo? E buscar algo novo é o sentido mais importante da moda. Que as ausências se revelem menos importantes do que possam parecer e que venham as semanas de moda de março, já pensadas para esse novo calendário. E beijo para todas as tendências que não emplacaram na passarela - e na vida! 

Pensamento fashion pós semanas de moda

"A mulher deve ser crisálida durante o dia e borboleta à noite",
Chanel, claro

domingo, 28 de outubro de 2012

O nome dele é Craig, Daniel Craig

"Craig does not wear the suits post-shoot. 'Literally I wear the same one for, like, six months, and then I'm like, I'm fucking sick of this". Think of the Ford Bond suit, then, as the world's chicest, most blood-soaked school uniform",


Daniel Craig, na "Vanity Fair" de novembro

domingo, 14 de outubro de 2012

Pensamento fashion menos é mais por Marc Jacobs


"Rapazes e moças. Andem naturalmente, nem rápido nem devagar. Por favor, sem mãos na cintura, sem giros. Não se comportem como modelos! Obrigado. Vocês são lindos, adoramos vocês",

Marc Jacobs, dando as últimas ordens para os modelos em desfile de 1996. Trecho extraído de "Como Fazer um Desfile de Moda", de Estel Vilaseca

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

E Dener também falou sobre política...pensamentos fashion para o 2º turno


"Não gosto de política e eu fui apenas o costureiro da primeira-dama do país. Ninguém pode me culpar por isso"

"Eu estou ótimo em qualquer governo porque todas as mulheres que passam por uma certa categoria vão ter que cair na minha loja"

"De políticos eu quero distância, salvo se forem também homens de sociedade ou se forem casados com mulheres elegantes e tiverem que esperá-las no meu ateliê ou pagar suas contas" 

De "Bordados da Fama - Uma Biografia de Dener", de Carlos Dória

domingo, 7 de outubro de 2012

Uma moda arrebatadora, daquelas que arrebatam até mesmo aqueles que não são de se arrebatar

Faz pouco tempo, ouvi em uma conversa a frase “foi algo arrebatador”. Foi uma conversa daquelas que a gente dá tudo para não participar, daquelas que a gente dá tudo para não se importar, mas que, infelizmente, a gente participa e se importa. Ah, como se importa. Pois bem, desde aquele dia, mais do que a conversa, o tal “arrebatador” não saiu da minha cabeça. E não porque eu fiquei remoendo - ok, eu fiquei um pouco, confesso -, mas “arrebatador”, “arrebatadora”, “arrebatar” e todas as variações e flexões que a palavra pode ter passaram a dançar diante dos meus olhos e ouvidos. Nas revistas de moda, no cinema, na orelha de um livro, na cerimônia de um casamento: haja arrebatamento. Cheguei até a pensar “onde é que eu estava que não me arrebatei ou não me deixei arrebatar enquanto o mundo todo, descortinado naquela conversa, arrebatou-se?”.

Estaria eu distraída com a leitura da vida de Amy Winehouse escrita pelo bonachão e simpático Mitch? Ou muito ocupada em apreciar vagarosamente cada palavra das crônicas de Caio Fernando Abreu em “A Vida Gritando nos Cantos”? Será que passei tempo demais decodificando as 916 páginas da September Issue da “Vogue”? Ou ainda me dedicando, aos poucos, a voltar a ouvir Strokes e Ney Matogrosso, depois de um ano inteiro dando aquele tempo deles? Bem, eu não sei. Certeza, só uma: não me arrebatei como os outros. Pelo contrario: o arrebatamento que deu início a tudo isso ainda, de certa forma, doía (dói?) em mim.



Mas aí apareceu uma festa. Festa boa, daquelas que a gente quer estar bonita, ainda que se tenha consciência que isso não seja tão simples assim quando não se tem nos olhos o brilho de algo arrebatador. Vestido escolhido, sapatos passaram a ser o foco. E no meio da tendência neon, que vem com tudo - prepare-se para sapatos verde-limão e rosa choque para todas as horas-, as sandálias presas no tornozelo provaram que não eram apenas coisa de revista. Lindas, altas e delicadas, elas estavam e estão em todos os lugares e melhor: as sandálias do momento são daquelas que transformam qualquer look em um acontecimento fashion. As tiras chegam a ser carregadas de promessas, promessas de noites de glamour, de muita festa e, claro, de encontros – arrebatadores, quem sabe.
Bonitas na vitrine, bonitas nos meus pés na loja e bonitas na caixa, as sandálias presas no tornozelo se transformaram em algo difícil de explicar ao se encontrar com vestido, cabelo feito e maquiagem. Deixaram tudo assim, como posso dizer, leve, fino, harmonioso. Pernas longas e vistosas. Ao mesmo tempo em que eram leveza, eram poder – ou alguém ainda duvida que é preciso mais do que habilidade para aguentar horas em um salto 15? As sandálias ficaram tão lindas, tão imponentes e senhoras de si que era bem possível que se pessoas fossem dariam risada sem motivo – nada tem mais valor do que rir sem motivo.

Como descrevê-las corretamente, sem cometer uma injustiça diante da beleza delas? Bonitas? Pouco. Incríveis? Acho que não. Arrebatadoras, pensei, rindo do pensamento, mas mais do que isso: rindo da capacidade de fazer piada desse arrebatamento todo, do qual, ao menos assim, por causa das sandálias, eu pude participar. E, quando sem as sandálias, eu me senti um pouco por fora desse momento arrebatador, eu pensei: ao menos eles, os arrebatados, estão felizes. E se alguém está feliz nessa, e em todas as outras histórias, já está bom demais. Dener aprovaria as sandálias, certamente, e para não ficar por fora se declararia arrebatado por alguma nova moda ou manequim. Era o jeitinho dele.

A quem interessar possa:
Arrebatar: v.t. Retirar, tirar de um lugar com violência; arrancar: arrebatou-lhe a arma.
Tomar de assalto: arrebatar uma cidade.
Empolgar: arrebatado por seu entusiasmo.
Causar a perda de: uma febre arrebatou-o.
V.pr. Deixar-se dominar pela ira.
Tomar o freio nos dentes (falando-se de cavalo).

domingo, 23 de setembro de 2012

O vestido perfeito ou eu não uso 38 e tenho de aceitar isso


Entidade máxima do guarda-roupa de qualquer mulher, um vestido é muito mais do que a reunião de tecido, botões, zíperes ou outro detalhe que a tendência do momento grite. Um vestido é uma história, uma afirmação, um acontecimento, uma felicidade ou não. Um acerto, um erro, um sonho ou uma promessa – seja ele da Animale, seja de uma fast fashion.
Pois bem, por isso mesmo, ao ser convidada para um casamento de um grande amigo, em que devo encontrar gente que fez parte de uma das fases mais bacanas da minha vida, eu percebi que era hora de algo novo. Não que os vestidos anteriores não servissem, mas ao repassar um por um, vi neles histórias demais. Histórias que já foram contadas, vividas e revistas. Boas ou nem tanto. Um vestido novo era necessário. Um de arrasar para equilibrar aqueles momentos em que o inferno astral mede forças com a gente e parece sempre levar a melhor.
Decidida a encontrar algo da maneira mais rápida possível, entrei em uma loja em que costumo apelar nesses momentos. A marca é das boas, os preços meio altos, mas os vestidos sempre da melhor qualidade, ou seja, vale o investimento.
Gostei de uns três modelos e me apaixonei pela saia de cetim preta com a blusa creme cheia de paetês. Se nenhum vestido der certo, pensei, a saia vai ficar demais com sandálias de tira. Com o provador lotado de peças que obviamente eu não pedi, comecei a triste saga de quem usa manequim bem pequeno e tem de fazer o possível para preencher modelos 38, que chamam de P por aí. Um, dois, três, quatro vestidos e nada, claro. Enquanto não entenderem que 38 não é P, o mundo vai ser um lugar difícil de viver.
Instintivamente, encarei a saia. É ela, pensei. Não deu certo nada antes, porque mesmo sendo bem cara, ela vai ficar incrível em mim, completei mentalmente. Claro que não foi isso que aconteceu. Tudo sobrou, ficou longa demais, a blusa parecia um saco. Sai do provador com um nó na garganta, pensando em como seria bom que minhas pernas fossem mais grossas, que meu corpo preenchesse a saia e que eu fosse o manequim 38 que todo mundo acha legal.
Já pensando nas combinações que teria de fazer com algum vestido antigo para fazer bonito na festa, sim, porque eu já estava para desistir, entrei em uma outra loja, seduzida por um modelo que ficou horrível em mim. De novo: detesto roupa que só tem no P, M e G. O mundo não se divide em P, M e G, alguém explica, por favor.
Vestida e decidida que a única coisa que eu poderia comprar sem pensar naquele dia seria chiclete, a vendedora me diz: olha, tem um aqui, não sei, mas pode ficar bom em você. Ao abrir o provador, foi amor à primeira vista. Era tudo o que eu queria em forma de renda, zíper e plissados. Um sonho em forma de vestido, pequeno o suficiente para ser enquadrado como P , pequeno o suficiente para que meu nó na garganta sumisse e para que eu aceitasse que não sou 38. Lindo o suficiente para eu entender porque perdi tanto tempo em uma loja e saí sem nada: não era para mim, não era o que eu queria – sim, saia nunca foi a ideia original. O novo vestido, que descansa feliz em um cabide próximo a sandália mais alta e linda do mundo que ele ganhou como companhia, reforçou o óbvio que a gente insiste em ignorar: não adianta insistir naquilo que não é para a gente. Vale para o manequim 38, vale para a saia de cetim e vale para a vida. Dener certamente faria uma analogia entre a vida e a moda e todos aplaudiriam.

domingo, 16 de setembro de 2012

domingo, 2 de setembro de 2012

"Jamais diga 'eu'! Sempre diga 'nós'!", Diana Vreeland

Algumas pessoas, bem poucas diante da quantidade de gente que vemos aos montes por aí, têm talentos especiais. E nem digo coisas espetaculares como poderes de cura, beleza sem fim, inteligência acima da média. Falo de gente que tem a capacidade de fazer o simples, o necessário, com um toque diferente. Há aqueles que fazem um café divino, outros que são bons em ouvir - simplesmente o talento para a não ação. Conheço gente que é ótima em procurar emprego, ainda que não precise. Outros que são bons de conversa, daquelas que te enriquece sem te dar nada além de algumas palavras. Bom, Diana Vreeland, a supereditora de moda, era assim. Talento especial.


Em uma época em que o photoshop não existia e que tudo parecia mais real, ela não se apertava diante de uma foto de que não gostava. Juntava as pernas maravilhosas de uma modelo com a cabeça de outra, fazia uma montagem daquelas, publicava e era aplaudida. Diana tinha um talento especial para retratar a beleza e o glamour. Glamour esse que batiza o livro que ela lançou nos anos 80 e que reúne uma série de imagens de fotógrafos consagrados e pedaços de textos escritos por ela em um mosaico que tenta explicar o significado do título da obra. Em uma nova e caprichada edição, com prefácio de Marc Jacobs, a publicação voltou às prateleiras no fim do ano passado. Ganhei de presente de Natal, mas o livro foi ficando naquela pilha de próximas leituras. Pois bem, chegou a vez dele. E eu agradeci por ter chegado sua hora em um momento em que preciso tanto de belas imagens e belas palavras para equilibrar a vida que anda cobrando tanta força e coragem da gente. Logo de cara, Diana prova que o talento especial dela ia muito além da moda. 

"Jamais diga 'eu'. Sempre diga 'nós'", dizia ela. Putz, tá aí a essência do talento dela. E, para mim, a essência para ter talento no viver bem. Quando se pensa no outro, por mais piegas e "poliana" que isso possa ser, vai-se em frente melhor. "Não há nada mais aborrecido do que o narcisismo - a tragédia de ser apenas...eu. Qualquer um de nós é capaz disso. E todos conhecemos exemplos de narcisismo - todos belas tragédias", afirma ela em outro momento de "Glamour". Talento para moda, para as palavras e para a vida. Dener certamente amou Diana Vreeland, talvez em silêncio, assim como, de vez em quando, somos obrigados a fazer na vida. Não tem como não amar.

sábado, 25 de agosto de 2012

Toque fashion para os candidatos que aparecem no horário eleitoral

Gente, terno com caimento ruim não aumenta a popularidade nem dá pontos no Datafolha. Além disso, deixa o horário político, assim, digamos, bem menos atrativo. Ricardo Almeida já!

Para a moda e para a vida: fica a dica de Christian Dior

"Por mais que você admire um certo vestido ou casaco em uma outra pessoa, antes de você usar algo semelhante, deve pensar: 'o que isto fará por mim?'"

sábado, 18 de agosto de 2012

Aula de maquiagem com Sean Penn (?!)


"Aqui É o Meu Lugar", novo filme do Sean Penn, que infelizmente chegou a poucas salas de São Paulo, traz o ator em mais uma daquelas interpretações que quase faz a gente esquecer que ele fez Madonna sofrer. Sim, diz a lenda que os dois eram puro fogo e gasolina, mas como eu não julgo o que não me diz respeito, sigo amando o Sean, seus filmes e suas rugas.

No novo longa, ele faz um roqueiro rico e decadente com uma história de vida que ele mesmo parece não conhecer, mas o melhor de tudo são as cenas em que ele aparece se maquiando. Arrisco dizer que o personagem sabe usar um lápis preto melhor do que muita mulher por aí.

A cereja do bolo é quando ele, dentro de um elevador cheio de mulheres discutindo sobre qual seria o batom capaz de durar o dia todo, irrita-se, aumenta a voz e diz: "Não importa a marca. Antes de passar o batom, cubra o lábio com pó. O batom vai durar o dia todo". Diz isso e sai, deixando o clima dentro do elevador ainda mais tenso. Delícia de cena, ótima dica, delícia de ator. Beijo para o João Fernando que me levou para ver esse filme.

Pensamento fashion para quem ainda acha que ser feliz é usar manequim 34 ou 36

"Perdi muito tempo da minha vida sendo infeliz e me aceitei completamente. Uso a roupa que quero, mesmo que tenha que mandar fazer. Rebolo no palco, me sinto sensual. As pessoas acham que se você não é magra você tem que ser infeliz",
Gaby Amarantos, manequim 46, na "TPM" deste mês

domingo, 5 de agosto de 2012

O que um terno Tom Ford pode fazer pelo mundo

Daniel Craig mais uma vez na pele de James Bond. Mais uma vez a tradução do cool, chique e sexy com os impecáveis ternos Tom Ford. Não tem como não amar.




"Passamos um bom tempo conversando como este novo Bond deveria se vestir, qual seria o estilo apropriado para o longa. Não posso adiantar muito, mas Tom (Ford) está terminando uma coleção especial e será um visual completamente diferente dos outros 007", disse Craig na "GQ" de janeiro.

domingo, 29 de julho de 2012

Cinco lições fashion de "Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge"

Interessante, hein?
O último filme da série Batman é daqueles longas em que a gente tem de esperar pelo menos uma hora após o fim para processar tudo o que viu na tela. Há tempos, não via a plateia tão calada e concentrada em uma história. É tensão e mais tensão em nada menos do que 164 minutos. São vários os pontos positivos da trama de Christopher Nolan, que nem me atrevo a apontar porque gente muito mais gabaritada por aí já fez isso e muito bem. Vou dizer apenas que "O Cavaleiro das Trevas Ressurge" traz dicas preciosas de moda para quem conseguir despregar o olho do vilão Bane e se atrever a olhar para o lado mais leve e belo - ou não - do que se vê em Gotham City. 

1ª lição fashion de "Batman": batom vermelho sempre, sempre, sempre. Anne Hathaway aposta na clássica maquiagem e faz bonito em todas as aparições. Nada mais feminino, nada mais sedutor, nada mais glamouroso.

Batom vermelho, sempre

2ª lição: ser interessante vale mais do que ser bonito. Há quem ache Christian Bale o cara, mas assim, ele não é modelo para muita coisa. Tem uma fama daquelas fora das telas, costuma dar um certo trabalho e pelo jeito é bem esquisito, mas é preciso dizer que ele está mais interessante do que nunca. Bonito não é a palavra, até porque em algumas cenas, mesmo quando está de terno e gravata, parece um cara cansado, tenso. Mas ele está demais porque é interessante e ponto.



3ª lição: casacos desabados, grandões e com aplicações de lã só ficam bem na passarela - quando fica. Não funciona na vida real, nem na tela do cinema. Nem se for o vilão Bane quem estiver usando. Meu Deus, o cara já tem uma boca que não dá para entender, não dava para colocar nele ao menos um casaco mais bonitinho? 


4ª lição: preto sempre. Mais uma vez Anne merece ser exemplo, e positivo, claro. Longe de ser a menina de "O Diabo Veste Prada", a atriz surge maravilhosa com a cor que evidencia sua pele clarinha. Anne it girl forever!


5ª lição: saiba envelhecer bem. Tem gente que não sabe como fazer isso, mas Joseph Gordon-Levitt sabe. Ele está incrível mais velho, com jeitão de maduro, mas ainda com aqueles traços que nos faz lembrar de "Dez Coisas que Odeio em Você". Graça pura!  


sábado, 21 de julho de 2012

Uma aula do que se fazer na passarela: desfile Valentino

Para ver, rever e se inspirar em lindos cortes, acabamentos e caimentos.

Pensamento fashion de Taís Araújo

"Fujo de tendências. Essa coisa de saia longa com transparência não me pega. Aliás, falou que é o último grito, eu não quero vestir", na "Glamour" de julho

sábado, 7 de julho de 2012

Chanel na semana de moda de Paris

O que a moda faz pelas pessoas, por Emma Stone

"It was a red dress, it was asymmetrical and the minute I put it on I thought, Oh, this is what fashion does for people. It makes them feel like it's an extension of themselves",
Emma Stone na edição de julho da "Vogue" América, sobre o vestido Lanvin usado no BAFTA 2011

domingo, 24 de junho de 2012

Saia mullet: você vai querer, eventualmente vai ter ou pelo menos vai ver por aí

Eu julguei - e mal - a saia mullet. Justo eu que tenho horror a julgamentos. Lembro de ter visto a novidade em uma vitrine e feito aquele comentário meio engraçado, meio depreciativo do tipo "putz, olha só o que querem que a gente use agora". Pois bem, como o mundo fashion, assim como a vida, dá muitas e muitas voltas, eu confesso: quero uma saia mullet preta para chamar de minha o quanto antes.

O modelo, mais curto na parte da frente, tem aparecido de tudo quanto é jeito nas passarelas, editoriais de moda e nas ruas. E tem tanto a cara do inverno e combina tanto com um oxford e com um casaquinho que não dá para resistir. Saia mullet deixa qualquer menina com jeitão cool. Se ela for esperta o bastante para usar com uma echarpe ou um cachecol de forma bem desencanada fica melhor ainda.

Na São Paulo Fashion Week, as saias mullet mostraram que vão virar mainstream rapidinho, então tem de ser rápida também e colocar logo uma dentro do guarda-roupa- ou melhor, fora dele e usar muito. Agora, saia mullet só vale se for de ótimo tecido, ter aquele caimento legal e acima de tudo: não ser transparente nem flertar com renda ultra sexy. Dener, bem, Dener certamente não recomendaria saia mullet, mas ele também não recomendaria tantas outras coisas. E como julgamentos se mostram sempre tão fora de moda, que venha as mullets e que dure o tempo que tiver de durar.

Pensamento fashion da "Serafina"

"A inveja, o racismo e a luta de classes sempre estão na barra das questões fashion", Vivian Whiteman, na edição de hoje da "Serafina"

domingo, 17 de junho de 2012

Para curar a fashion fobia pós SPFW

"Não pode usar sapato caro, bolsa cara e joias caras. Coisas caras, só uma de cada vez. Chique demais pode ser fatal e parecer rica - tem mais brega?"

Danuza Leão, em "É Tudo tão Simples"

São Paulo Fashion Week: os desfiles mais mais da 33ª edição

Ronaldo Fraga (12/6)



Adriana Degreas (13/6)



Osklen (14/6)



Gloria Coelho (15/6)



Lino Villaventura (15/6)

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Pensamento fashion de Charlotte Gainsbourg

"Há uma conexão forte entre a música e a moda. Até por uma razão prática, todo artista que se preze tem de possuir um guarda-roupa decente", na "Veja" desta semana


terça-feira, 12 de junho de 2012

Música, paixão e moda por Fause Haten

Fause Haten mais uma vez misturou música, moda e paixão...haja paixão nessa letra do estilista cantada por Paula Lima em uma passarela que também foi palco...palco que Fause tanto gosta. Desfile original do primeiro dia da SPFW, que começou nessa segunda (11), na Bienal do Ibirapuera.

Pensamento para a vida by Violeta Parra

"Escreva como você gosta, use os ritmos que aparecerem, tente diferentes instrumentos, sente-se ao piano, destrua o que é linear, grite em vez de cantar, arrase na guitarra e toque a buzina. Odeie a matemática e ame redemoinhos. Criação é um pássaro sem um plano de voo, que nunca irá voar em linha reta"

domingo, 10 de junho de 2012

Pensamento fashion para uma semana de São Paulo Fashion Week

"Um desfile são quinze minutos de belas mulheres caminhando com trajes incríveis ao som de uma música fantástica", Eugene Souleiman em
"Como Fazer um Desfile de Moda"

domingo, 3 de junho de 2012

Dener e as jornalistas; um pensamento fashion

"Você pode nascer e morrer jornalista, mas pelo amor de Deus não fique com aquelas caras que não se maquiam" #fica a dica

domingo, 27 de maio de 2012

Lenny, sempre uma aula de moda praia chique

Mais uma vez, o desfile da Lenny veio cheio de boas surpresas, estampas incríveis e uma bossa que só a carioca tem. Não tem como não amar os maiôs super chiques e as sandálias. Para ver, amar e cobiçar!

Pensamento fashion de Ines de la Fressange

"Melhor uma bolsa de palha que uma imitação de bolsa de grife! A contrafação é contra fashion!

domingo, 20 de maio de 2012

A arte de amadurecer com elegância: Judi Dench

Ah, a Judi Dench. De pele toda marcada, cabelos brancos e longe de estar assim em plena forma. Ainda assim, vale um suspiro. Ah, a Judi Dench...como não sonhar em envelhecer como a atriz britânica que tantas formas já assumiu na tela grande e segue linda, cheia de personalidade e charme, em cena e na vida? Em um dos seus filmes mais recentes, o simpático "Exótico Hotel Marigold", Judi está engraçada, bonita e leve. Seus 77 anos não pesaram em nada. Há tempos não aparecia tão bonita como no longa que conta a história de um grupo de idosos que sabe que o tempo joga contra, de maneira cruel e implacável, mas que ainda assim insiste em sonhar. E nessa insistência pelo sonho, a trupe conquista, cada um a seu modo, uma grande descoberta que ainda pode mudar sua existência. Lá pelas tantas, a personagem de Judi, de cabelo curto e roupas com forte inspiração indiana, narra: "o sucesso vem da maneira como você lida com o fracasso". Assim, não dá para não amar o filme e a Judi, claro, que é uma verdadeira inspiração. Estilo para ver e copiar quando a maturidade e sabedoria permitirem! Dener amaria, claro.



      

Unhas ombré: a pochete da temporada

Sim, as botas brancas e pochetes ganharam uma prima igualmente perigosa nesta temporada. As terríveis unhas decoradas ganharam agora um novo status: elas são ombré. O nome pode até ser estiloso, mas o resultado nas unhas é daqueles...daqueles capazes de derrubar qualquer look. Para quem tem a sorte de não saber do que se trata, a unha ombré é aquela sombreada, que vai mudando de cor. É a evolução dos adesivos e flores que até teriam alguma graça se usados por uma menina de 13 anos. Só por ela.

Dá tanto medo!
Unhas podem e devem ser democráticas. Após a crise de 2008, a indústria cosmética investiu tanto, mas tanto para criar cores incríveis e efeitos, principalmente o fosco, que ficou impossível não achar um vidrinho cheio de cor e bossa. A unha pode até ser amarela (quem nunca?), mas desenhos, efeitos com glitter, uma unha de cada cor, enfim, essas tendências duvidosas devem ser reservadas para os momentos apropriados. Ou seja: nunca! Se der aquela vontade louca de experimentar que seja para uma festa ou uma balada. Aqui vale a regra de ouro do mundo da moda e da vida: menos é mais. Dener, bom, Dener certamente condenaria as unhas decoradas e insistiria para que suas clientes apostassem em um bom (e puro) vermelho. Sábio homem.  

sábado, 12 de maio de 2012

Sonho em forma de sapato: as sapatilhas Repetto

As sapatilhas Repetto fazem sonhar. Infelizmente ainda elas estão mais perto do sonho do que da realidade, já que um par básico, aqui no Brasil, custa mais de R$ 800 - tem no shopping Iguatemi. Para quem ainda só pode imaginar como uma dessas belezinhas ficam nos pés - meu caso-, vale visitar o site da grife francesa, cheio de modelos lindos e peças para bailarinas, que têm tudo para dar um up no guarda-roupa, mesmo o mais urbano deles. Vai lá no http://www.repetto.com/boutique/home. Antes, assista a esse vídeo fofo, vale a pena.

Pedro Vidotto: olho no cinema e na moda

O artista Pedro Vidotto usa o minimalismo, tendência que vai e volta no mundo fashion, para criar uns cartazes cheios de bossa inspirados em clássicos do cinema. Com apenas uma imagem, ele resume sucessos das telas, como "Bonequinha de Luxo" e "Uma Linda Mulher", em obras fofas e sutis. No site dele, o http://www.pedrovidotto.com/ tem mil ideias. Não tem como não amar.  


Pensamento fashion de Laura Neiva

"Adoro a marca (Chanel) desde que comecei a me interessar por moda, mas o universo da Chanel sempre foi algo muito distante da minha vida. Não dava nem para ter o desejo de usar",

a atriz, 18 anos, agora é uma das (sortudas) fidèles da grife

domingo, 29 de abril de 2012

Linda, Linda Evangelista

Um dos nomes mais importantes da era das supermodelos dos anos 90, Linda Evangelista é o novo rosto da linha de óculos da Chanel. A campanha, clicada pelo kaiser Karl Lagerfeld, já está em todas as revistas do mundo. As fotos são incríveis, assim como o making of e assim como o fato de Linda estar mais linda do que nunca aos 46 anos. Para ver e rever até cansar.

Pensamento fashion de Christian Lacroix


"O preto é o início de tudo, o ponto de partida, a silhueta, o recipiente e depois o conteúdo. Sem as suas sombras, o seu relevo e a sua proteção, parecer-me-ia que as outras cores não existem. O preto é ao mesmo tempo a soma de todas as cores. É volúvel, cambiante, nunca é o mesmo"

domingo, 22 de abril de 2012

Pensamento fashion para um domingo cinza

"O mundo é como um espelho que devolve a cada pessoa o reflexo de seus próprios pensamentos. A maneira como você encara a vida é que faz toda a diferença"
Luis Fernando Veríssimo

sábado, 21 de abril de 2012

Você vai ver, eventualmente vai querer e quem sabe vai ter








Apostar em uma peça de veludo molhado já foi crime fashion daqueles. Assim como finalizar um look com sapato tipo mule, aquele modelo que parece um tamanco com a ponta fechada. E o que falar então do peplum, o volume em forma de babado que está em todos os editoriais de moda? Pois é, eles voltaram com força total, deixando o mundo do crime e se tornando hit entre as fashionistas. 

O mule voltou por causa da Louis Vuitton. A Miu Miu consolidou o retorno em seguida. O veludo molhado resurgiu lá fora e a Animale nem vacilou: criou looks totais com o tecido. Já peplum, bem o peplum está na coleção de marcas que vão de Ellus a Givenchy, de Triton a Jason Wu. Para quem gosta das velhas tendências repaginadas é a hora de apostar. Para quem tem receio, melhor esperar para ver como tudo isso será traduzido nas ruas. Para quem tem medo, melhor parar com isso logo e se jogar nas novas do momento antes que elas voltem para a lista de crimes fashion, fazendo companhia para a bota branca e a pochete.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Sábias palavras de Alber Elbaz

"If it's not beautiful, it will not last. In the end you buy the pieces you cannot resist",
 em "Vogue" américa de abril  

Pensamento fashion para uma quarta-feira de abril

"Não há nada mais sem imaginação que usar total look de grife"

Marie Beltrami, na "Vogue" Brasil de março

domingo, 15 de abril de 2012

Audrey Hepburn: não tem como não amar

Não é preciso escrever ou dizer nada. It's just Audrey Hepburn, but I like it.

"Some people dream of having a big swimming pool - with me, it's closets"

"The most important thing is to enjoy your life - to be happy - it's all that matters"
"Some people dream of having a big swimming pool - with me, it's closets"
Audrey Hepburn

"There is not a woman alive who does not dream of looking like Audrey Hepburn", Hubert de Givenchy

Nas livrarias brasileiras há uns poucos meses, "Audrey Style" chegou em minhas mãos bem antes, em outubro de 2011, encomendado como um presente de aniversário dado por um grande amigo - um dos melhores regalos que já ganhei na vida, inclusive. O livro, escrito por Pamela Clarke Keogh e com introdução de ninguém menos do que Hubert de Givenchy, é daqueles para ser apreciado com toda a calma do mundo. A cada foto, capítulo e depoimento, o leitor é levado para o mundo mágico de Audrey Hepburn, a mais bela e inspiradora criatura que já esteve na Terra.

Deleite para fãs e para os curiosos dispostos a tentar entender a razão de Audrey ser a maravilha que era, "Audrey Style" tem como ponto de partida explicar o estilo que fez da atriz um ícone de moda e bem viver que perdura até hoje - e deve durar para sempre, se Deus quiser. A autora se esforça para listar o que fez de Audrey a eterna Bonequinha de Luxo, a eterna Cinderela em Paris. No entanto, no decorrer da leitura fica claro que não há explicação além da simplicidade. Pode até parecer frustrante, mas não havia nada elaborado no vestir de Audrey, muito menos em sua maneira de viver, amar e até se alimentar - sim, há um capítulo comentando a dieta da estrela.

Audrey era a personificação da simplicidade autêntica, sem preocupação e por isso mesmo original e inspiradora. A cada foto, muito delas inéditas, a obra vai percorrendo a vida da atriz, desde a infância sem o pai, as dificuldades enfrentadas durante a guerra, o relacionamento não tão saudável com a mãe, a chegada aos estúdios, os amores complicados, a maternidade e o belo trabalho em prol das crianças famintas a que se dedicou no fim da vida.

Elegante até os últimos momentos em que esteve por aqui, quando tomada por um câncer agressivo, Audrey se deu ao trabalho de organizar um jantar para se despedir dos amigos. Fina até o fim. Impossível não chegar ao final do volume de 240 páginas segurando a emoção - e as lágrimas, no meu caso. Impossível não querer copiá-la em algum aspecto, seja nos cuidados de beleza, no trato com as pessoas, na preocupação com os menos favorecidos. Ao fim do livro, o que se entende é que não dá para explicar o estilo de Audrey. O que se aprende é que ele, seja lá como tenha se estabelecido, é, é acima de tudo, inspirador. Não tem como não amar.

domingo, 25 de março de 2012

Quando o conceito dá certo

Já faz algum tempo que as grifes apostaram tudo nas chamadas lojas conceito, espaço onde muito mais do que produtos da marca, o cliente encontrava as ideias, as motivações, enfim, o conceito por trás de tudo aquilo que estava nas araras.
A tal da novidade foi empregada de forma tão exaustiva que qualquer espaço com uma luz diferente já era chamado de loja conceito. Ficou chato, bem chato.



Pois bem, o tempo passou e pelo jeito agora o que liga é ter um DJ na loja, fazendo a trilha sonora - e por vezes enlouquecendo os compradores. Mas isso é uma outra história. O negócio é que no meio de tanta música que brota de vários pontos da Oscar Freire, a Natura resolveu apostar em uma loja conceito e tanto. No lugar onde a Daslu tentou emplacar uma pop up há algum tempo, a marca de cosméticos faz os visitantes sonharem entre aromas e sabores - sim, é possível comer chocolates na loja -, em sensações e imagens (as fotos desse post são todas da loja, a primeira delas da incrível decoração do teto).








O mais legal é que no espaço a Natura vende aqueles produtos que a gente já conhece. Só que misturado aquele cheirinho bom de limpeza e natureza que exala dos sabonetes, cremes e maquiagem, o cliente pode experimentar tudo, fazer massagem, tirar foto. Uma verdadeira experiência que ocorre em um lugar montado como se fosse uma bela exposição, com espaços temáticos que a gente vai percorrendo sem perceber se chove ou faz muito calor lá fora. Resumindo: não dá para não ir, não dá para não amar. Fica por lá até junho!




domingo, 18 de março de 2012

Para ver e rever...e sonhar

Imagens dos desfiles das antigas da grife Chanel, com direito a imagens de Coco em ação, criando suas icônicas peças. Em alguns momentos, uns sons estranhos aparecem, mas nada que ofusque a beleza do vídeo. Para ver, inspirar-se e sonhar, acima de tudo.

Os pecados fashion por Ines de la Fressange

Ícone da moda e elegância francesa, Ines de la Fressange (olha lá o que ela já fez no vídeo abaixo) reuniu em um simpático livro dicas para ajudar as leitoras a conquistar o estilo das parisienses. Ajudar eu digo, porque acho quase que impossível conseguir tal feito. As francesas são demais e ficam incríveis com calça jeans, camiseta e sapatilha de uma maneira que só se vê por lá. Mas enfim...vale tentar e vale ler também "A Parisiense", cheio de toques divertidos e ilustrações lindas. No melhor dos capítulos, Ines, sem rodeios, lista e explica os pecados fashion. Para anotar em post it e não esquecer jamais:


  • Lingerie: sutiã de alças transparentes, fio dental com jeans de cintura baixa, não usar sutiã é sempre um erro

  • Joias: nada de colar e brinco ao mesmo tempo

  • Moda praia: biquíni muito sexy em lurex e paetês, maiôs e biquínis com rendas ou cortes complicados

  • Acessórios: bota branca franjada (nossa, essa é para ter pesados), elásticos forrados, pochete, sandália com meia branca, combinar a cor da meia-calça com a do sapato e da bolsa, boné ao contrário

  • Roupas: camisa muito justa, conjunto de couro, camiseta muito curta, vestido de onça com decote profundo, calças transparentes

terça-feira, 13 de março de 2012

Para quem ama se maquiar

Um vídeo fofo, inspirador e engraçado. Uma menina que gosta muito de azul e tem uma pele "maravilhosa". Para ver e rever.

E a Zara está de cara nova

A Zara da Quinta Avenida, em Nova York, inaugura amanhã (14) o novo desenho da rede de lojas espanhola. Com pegada minimalista, os estabelecimentos agora serão divididos por biombos e o branco vai reinar na decoração. As peças vão ficar penduradas nas paredes e sobre mesas espalhadas pela loja, o que já ocorre em algumas unidades por aqui.

De acordo com reportagem publicada no "El País", a nova configuração da Zara poderá ser vista no mundo todo. A renovação da imagem da marca ocorre pouco tempo depois de a rede ter sido envolvida em denúncias de trabalho irregular. Coincidência ou não, é esperar para ver as novas lojas e torcer para que mais ninguém tenha de receber poucos centavos para produzir uma peça que será vendida por um valor de três digítos nos shoppings mais bacanas da cidade. Até porque exploração nunca esteve tão fora de moda.

domingo, 4 de março de 2012

Pensamento fashion de Christian Dior

"Muitas mulheres ficaram conhecidas não por sua beleza, mas por seu charme - e seu único charme era o modo como caminhavam. Não é fácil andar com dignidade e leveza. Algumas pessoas têm um dom natural para se movimentar graciosamente. Mas, se isso não vem naturalmente, você tem de cultivar essa arte. É ridículo usar roupas maravilhosas e andar de forma relaxada ou sentar-se desajeitadamente"

em "O Pequeno Dicionário de Moda" (1954)

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Serviço de utilidade pública fashion

A Topshop já tem data para chegar ao Brasil e abrir por aqui as portas do fast-fashion mais desejado do mundo. Serão três lojas inauguradas neste ano. A primeira, no Shopping JK, em abril. As outras duas desembarcam no Market Place e no Iguatemi, ao que tudo indica, no segundo semestre.

No dia 4 de abril, a Topshop receberá as fashionistas brasileiras com a mesma coleção de Londres. Por aqui, vestidos, calças, saias e acessórios estarão disponíveis por preços que variam de R$ 75 a R$ 990. É esperar, com a paciência que for possível, para ver. Dener certamente reprovaria a moda que não é 100% brasileira, mas acho que nada anda mais fora de moda do que julgar o fashionismo alheio. Então, vamos se jogar nas novas da Topshop sem medo de ser feliz e que os nossos cartões de crédito nos ajudem, sempre!