terça-feira, 17 de setembro de 2013

Os clássicos também sofrem

Há algum tempo li uma reportagem, não vou me lembrar onde, em que o jornalista contava a saga que havia se tornado conseguir o que parece ser uma das coisas mais simples do mundo: pedir e beber uma Coca Cola em um bar ou restaurante. A ideia do texto era muito boa e queria provar que hoje em dia a bebida pode chegar de mil formas à mesa, menos da maneira tradicional, apenas ela, no copo. Na matéria, ele contava que o "uma Coca, por favor" era agora interpretado na maior parte das vezes como uma "Coca com gelo e limão, por favor" ou "uma Coca com muito gelo" ou quem sabe ainda "uma Coca Zero com gelo e limão". A Coca, básica, apenas gelada, e em um copo de vidro, bom, essa se tornou mais rara. Só com muito pedido antes. E assim, de uma hora para outra, ficou complicado ter apenas a bebida, alegrinha e cheia de borbulhas, pura, em sua mesa.
Lembrei dessa história ao ir comprar um par de Havaianas. Os chinelos, que encarnavam o que mais despretencioso havia no mundo da moda (se é que eles estavam nesse mundo), ficaram hype e frutas, personagens, desenhos de todos os estilos passaram a estampar seus corpos emborrachados. Estilistas assinam estampas, pedrinhas e penduricalhos mil passaram a fazer parte do que a Havaianas é hoje. Entrei em uma loja querendo o modelo básico, de um cor só. Fiquei minutos em busca dele, mas nada. Mais fácil achar um com o meu rosto desenhado do que um assim, simples e bonito (e mais barato). Quando finalmente encontrei, me vem o vendedor: "se você comprar mais um, ganha um pingente grátis". Dei graças a Deus por só precisar de um mesmo. É, não está fácil para ninguém, muito menos para as versões clássicas dos clássicos. Seja ele uma boa e velha Coca ou um confortável par de Havaianas.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

domingo, 8 de setembro de 2013

Pensamento fashion de Manolo Blahnik

"Eu nunca estive interessado em moda. Eu faço moda, sim. Mas vamos dizer que eu não a sigo", na "Vanity Fair" deste mês.