domingo, 16 de janeiro de 2011

Ele muda a nossa vida


Há uns dois anos, numa época em que trabalhava feito uma louca, criei uma teoria: a "eu mereço". Toda vez que as coisas ficavam muito complicadas e eu só tinha forças para chorar escondida num banheiro localizado na Barão de Limeira, eu me jogava nas compras sem o menor constrangimento. Tudo porque, claro, eu merecia. Dessa fasse, vieram as sombras e batons Givenchy e passeios e mais passeios com Mari Poli no Shopping Iguatemi e no Shopping Higienópolis, algumas vezes antes mesmo de começar o expediente.


Pois bem, no meio de um surto pesado da "eu mereço", resolvi que iria cortar meus cabelos longos. Não dava mais para chegar em casa de madrugada e ter de acordar cedo sabendo que tinha uma vasta cabeleira a ser esticada. Não dava. No meio do trabalho, entre um texto de estreia de cinema e outro, comecei a pesquisar um cabeleireiro estrelado para fazer o serviço. Afinal de contas, eu merecia. Pensei no Wanderley Nunes, bombando por conta de Dona Marisa. Liguei, mas não, ele não me atenderia.
Achei que Celso Kamura seria uma boa. Afinal de contas, Angélica ficava cada dia mais bonita. A atendente me afirmou que Celso sim, ele me atenderia, mas o problema era o horário. A agenda estava lotada. Mesmo assim, fiquei pensando no preço e se talvez não fosse melhor recorrer a um assistente dele. Enquanto ela buscava um horário e eu fingia que estava escrevendo um texto nunca antes publicado nesse Brasil, pedi um tempo para pensar. Fiquei de ligar mais tarde. Era um investimento alto.


Fui consultar minha editora, sempre com uma sábia resposta a me dar. "Carol, se você for no salão do cara você tem de cortar com ele". Era o que eu precisava. Retornei a ligação e marquei para o dia seguinte, às 12h30 - horário que ninguém queria, obviamente. Detalhe: o dia seguinte era dia de reunião de pauta e eu tinha de assistir a um documentário pela manhã.


Acordei cedo e me mandei para o cinema. Por mais interessante que fosse o filme, eu só conseguia pensar em como seria ficar cara a cara com o Celso. Será que ele seria legal? Conversaria comigo? Ou me trataria como uma pobre mortal que ousou pisar no olimpo (ok, exagerei agora, mas achei boa a frase). Sai correndo da pauta e fui para a rua da Consolação. Nervosa, claro. Na hora marcada, estava lá. Mas um atraso de uma hora começou a me deixar tensa. Eu deveria estar no jornal às 13h e com pelo menos duas boas sugestões de capa para a reunião. Reunião de pauta ali era negócio sério.


13h e tantas, um assistente surgiu para lavar meus cabelos. A partir daí, esqueci-me do horário. Deitada numa cadeira maravilhosa, senti meus cabelos sendo lavados como que por uma fada. E ainda depois rolou uma massagem capilar. Até ali já havia valido o investimento. Mais uns 20 minutos e Celso apareceu. De shorts jeans, cabelo trançado e botas estilo montaria. Não demorou cinco minutos para que estivessemos falando de Deus e o mundo e para que meus cabelos ficassem curtos e completamente diferentes.


Fiquei maravilhada com a mudança que se instalou definitivamente depois de uns 40 minutos. Já não era mais eu que estava ali. Na última vez que olhei no relógio eram 14h30. Eu nem lembrava mais de pauta nenhuma. Comecei a pensar em como eu chegaria no jornal: estava atrasada e com cabelos para uma festa. Agradeci feliz o corte e me surpreendi quando o Celso me beijou. Fofo. Nem liguei de deixar bem mais do que imaginava no caixa.


Entrei no jornal como se não estivesse atrasada, como se não tivesse reunião de pauta e como se não estivesse com o cabelo mais ousado que já ostentei. Não deu para passar despercebida. Acabei aplaudida. Vergonha master e não era alheia. Nem um pouco alheia.


Desde então, apelo para o Celso todas as vezes em que "a eu mereço" se manifesta com mais força. E também porque agora me acostumei a ficar com os cabelos do jeito dele. Sempre faceis de arrumar e atuais. Acho que a presidente Dilma não poderia ter escolhido melhor.


Toda vez que entro no salão, o que acontece de cinco em cinco meses, entro com a certeza de que sairei renovada. Renovada nos cabelos e na autoestima. Não foram poucas as vezes que cheguei lá triste e sai radiante. Por essas e outras, Celso está aí, com tudo. E não é a toa: ele não mexe só em nossos cabelos, ele muda a nossa vida e para melhor. Adorooooo. E Dener, o que diria disso tudo? Acho que ele aprovaria, afinal Kamura também é luxo. E glória.


Vale muito a pena: www. ckamura.com.br

2 comentários:

  1. Eu sou adpeto da teoria do 'eu mereço' e presenciei as choradeiras da Barão. Mas isso é passado, e o futuro é da riquesa! ;P

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