domingo, 24 de julho de 2011

She died a hundred times



Amy Winehouse não criou moda. Tudo que fazia sucesso em seu visual, do incrível delineador grosso e perfeito aos curtos vestidos retrôs, já existia e fazia graça nos editoriais há muito tempo. Mas ela soube combinar tudo de maneira a conceber um estilo próprio. Não era moda, era estilo puro, daqueles que não dá para copiar. Muita gente tentou, mas aquelas flores coloridas no cabelo alto - e que cabelo, hein - e os decotes, que mais revelavam do que escondiam seus atributos, só ficavam bem nela mesmo.


No palco, era ainda mais bonita. Soltava-se, inventava umas dancinhas sem propósito, mas incríveis, e cantava. Nossa, cantava. E como escrevia. A letra de 'Back to Black', feita em parceria com Mark Ronson, é de uma tristeza funda e pontuada por versos que descrevem de maneira única a dor de amor, do abandono. Os versos "You go back to her, and I go back to..." e "We only say goodbye with words, I died a hundred times" me fazem pensar na tristeza que ela sentiu. Assim como me faz pensar no que era o keeping busy dela, o que ela fazia para se livrar de tanto peso, em "Wake Up Alone".


Hoje, dia em que todo mundo quer especular o motivo de sua morte, eu só quero lembrar das vezes em que a vi cantando em clipes e nos DVDs - infelizmente, por sérias restrições orçamentárias, não pude vê-la ao vivo, em janeiro - e das canções de 'Back to Black', ouvidas quase que como uma oração em dias tão pouco radiantes como ontem, quando a morte dela foi anunciada. Dener, bem eu não sei o que Dener diria sobre Amy, o que sei com certeza é que ninguém mais conseguirá usar um tomara que caia xadrez curto e acinturado como ela, assim como ninguém provavelmente conseguirá verbalizar a sensação de morrer cem vezes. Putz, Amy. Era muito talento.

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