sexta-feira, 23 de setembro de 2011

O tempo dos lindos é muito diferente (e o da linda também)


Eram 15h50. A sessão de 'Uma Doce Mentira' começava às 16h. Estava longe de ter comprado o ingresso. Adriana Alves, la Chica Guapa, estava atrasada mais uma vez. Eu sabia que isso iria acontecer. Não porque havia trânsito ou porque ameaçava uma chuva lá fora. Ou porque rolava mais uma manifestação na Paulista ou talvez porque o calor era forte demais na rua. É sempre assim. Para o cinema, a balada, o almoço, o jantar. A Dri sempre chega atrasada. Mas isso tem uma explicação, muito bem formulada por Andy Warhol: "Gente linda tem mais chance de deixar você esperando do que gente comum, porque o tempo dos lindos é muito diferente do tempo dos comuns". Acho que não precisa dizer mais nada, né? A Dri é definitivamente uma das pessoas mais lindas que conheço e olha que eu tenho sorte nesse quesito.

Quando ela apareceu assim, linda, loura e bem maquiada no jornal foi um acontecimento. Não porque ela fosse de falar muito e tal, mas porque la Guapa é um acontecimento em si. Impossível não notá-la, impossível não se sentir feliz sabendo que se pode chamá-la de amiga. E por falar em feliz, felizes estávamos no começo do ano, com muita coisa para contar, em uma noite no América. Fizemos os pedidos, chegaram as bebidas: minha, dela e da Poli. Eu me levantei para lavar as mãos, o atendente se atrapalhou e um suco de framboesa caiu sistematicamente na cabeça da Adriana. Ela gritou, o restaurante parou, assim como um pedaço da fruta foi parar em sua roupa. E o que ela disse? "Meu vestido da MOB não. Gente, esse vestido é novo e é da MOB." Bom, isso durou alguns minutos, mas os funcionários não entenderam direito o que exatamente queria dizer "vestido da MOB". Nós entendemos e achamos um absurdo quando o gerente disse que se comprometeria a pagar pela lavagem da peça. Sim, a gente acreditava que eles poderiam pagar um vestido novo, mas ali é um restaurante e não uma loja, aceitamos mais tarde.

O vestido se salvou, como soubemos depois. Mas não seria a falta do tal vestido que arruinaria o guarda-roupa da Chica Guapa. É dela os vestidos mais cheios de bossa, com as estampas mais audaciosas. Tudo o que a gente acha lindo e tem medo de usar fica incrível nela. Até o polêmico macacão fluido cai como uma luva. Isso sem falar nas unhas, sempre perfeitas e com uma cor diferente. É como se ela fosse sócia da Colorama ou algo assim. E a maquiagem dela então? Eu juro que não consigo entender como ela pode ter tanta habilidade com delineador e afins. Resumindo, ela é perfeita.

Perfeição que fica maior quando ela aceita deixar de fazer algo para poder te encontrar e conversar depois de um dia difícil ou quando ela te empurra para ir em um show em fases da vida em que se ficaria fácil fácil indo da cama para o sofá. Nos últimos meses não foi uma nem duas vezes que a Dri salvou o meu dia com sua beleza. Beleza de palavras, de modos, enfim, uma beleza de amizade. Hoje pensei em como ela estaria, já que falamos pouco na semana, e meu celular se manifestou: ela havia acabado de mandar um sms. Estar em sintonia com pessoas como a Chica me faz pensar que, ainda que a vida não ande tão fácil quanto eu gostaria, alguma coisa eu devo estar fazendo de bom para merecer isso. O que me lembra um amigo nosso, nome famoso da música, que disse "é tudo nosso". E quando nada parece nosso? Ele também tem a resposta: "Então dança". Já o Dener, ah, Dener amaria a Adriana e mataria e morreria para aprender a maquiar os olhos da maneira dela. E, olha, acho que eu também, viu?

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