domingo, 25 de setembro de 2011

"Os grandes amores também precisam ser suportados"

Se viva estivesse, Chanel teria feito 128 anos em agosto passado. Acho que mesmo que por aqui ainda andasse com seus conjuntinhos e pérolas, ela não comemoraria a data. O clima pesou para o lado dela no último mês. Não faz muito tempo que redescobriram seu envolvimento com um oficial nazista. Concordo que ter um número como prova concreta de que ela colaborou com o regime é dado forte e gancho para um livro - 'Dormindo com o Inimigo', que eu já comprei, mas ainda não li -, mas, assim, acho que exageraram no barulho - tanto barulho que a grife Chanel se viu obrigada a divulgar um comunicado explicando e defendendo sua criadora.

Novidade novidade essa história não é. Todas as biografias sobre Coco, todos os filmes e textos, todos tratam do romance com o tal alemão, ainda que tudo seja apenas graciosamente insinuado. O namoro com Spatz é apontado como um dos maiores erros de sua carreira, mas, assim, sinceramente acho que ela não estava muito preocupada em saber se o escolhido do momento era nazista ou não. Ela estava apaixonada e isso bastou naquele momento. Claro que assim que a guerra acabou, ela teve uma sorte tremenda em não ter de desfilar nua pelas ruas de Paris, mais sorte ainda teve ao se transformar em desejo imediato nos Estados Unidos.


No fim, o envolvimento manchou e tirou um pouco -apenas um pouco- de seu brilho, e ela, bem, ela se safou de qualquer problema relacionado a isso. E por falar nessa paixão toda que ela pareceu sentir por Spatz, nada comparado claro ao onipresente Capel (o grande e único amor de sua vida, que a amou, mas se recusou a se casar com ela por causa de sua origem pobre e que morreu em um acidente de carro), Chanel era craque em falar de sentimento. As coisas não deram muito certo para ela nesse campo, ao menos é o que parece, mas suas máximas relacionadas ao amor seguem enchendo páginas e mais páginas de livros. Em 'O Evangelho de Coco Chanel' há uma série delas e até um capítulo que ensina a aplicar as ideias da estilista na vida amorosa. Bom, isso eu já achei too much, mas as frases de Gabrielle sempre merecem ser lidas. Por um motivo ou outro.


"Os grandes amores também precisam ser suportados"

"As pessoas se casam para ter segurança e prestígio. Não estou interessada em nada disso"

"Sei que eu te amo de verdade, mesmo sem precisar de você", frase dita a Capel

"Perdi tudo quando perdi Capel"

"Eu o amava ou achava que o amava, o que dá no mesmo", sobre o romance com o duque de Westminster

"Deus sabe que eu queria amor...mas quando tinha de escolher entre o homem que eu amava e os meus vestidos, eu escolhia os vestidos"

"Há tempo para o trabalho e tempo para o amor. E não há tempo para mais nada"

"Não perca tempo batendo numa parede com a esperança de transformá-la numa porta"



Bom, Dener defenderia Chanel, certeza. Ele mesmo foi muito perseguido por seus romances. Se solteiro estava, as fofocas sobre sua suposta homossexualidade explodiam. Casado com belas mulhes, era assunto por estar ao lado delas. "Acho que não é muito o meu gênero (gostar de homens). Mas é engraçado...sou uma pessoa que normalmente se impressiona com a beleza...a beleza é, para mim, fundamental. As experiências devem ser muito na base da beleza. Balança muito o meu coreto. A Stella (sua primeira mulher) era o meu tipo. Agora, homem, homem é alto, louro, com os olhos azuis". Para quem não gostava, ele até que era bem detalhista, né? Não tem como não amar mesmo.

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