terça-feira, 21 de junho de 2011

Márcio Maio é alta-costura

(roubei essa foto do facebook, mesmo)


Talvez esse post não tenha muito a ver com moda, talvez tenha. A única certeza é que tinha de escrevê-lo. Hoje, 21 de junho, o dia amanheceu com sol em São Paulo, mas era um dia comum. Eu estava bem mais feliz do que nos últimos tempos, mas ainda assim era um dia comum. Eu me animei com pequenas coisas, mas seguia tendo um dia comum. Isso até umas 16h, quando meu telefone tocou e alguém da recepção do jornal avisou que havia uma caixa para mim, lá embaixo. Ao receber o embrulho, surpresa: Márcio Maio havia me mandado uma caixa com 30 tabletes de chocolate (diet). Mas havia muito mais ali naquela caixa, cujo pedido havia sido feito do Rio de Janeiro. Existia um cartão, num envelope vermelho, com uma mensagem que encheu meus olhos de água. Eu respeito muito quem manda cartas e bilhetes, sabe.


Márcio Maio é um dos jornalistas especializados em TV mais conhecidos do Rio. Talvez ele não saiba, mas há anos, muito antes de nos tornarmos amigos, eu já o via reinar no território hostil das coletivas de novela. Quem nunca fui numa coletiva dessas não sabe como sofre o repórter que cobre televisão. Muitas vezes, o encontro da imprensa com os atores lembra o cenário de uma guerra. A gente entrevista um, rezando para não perder outro artista de vista e olhando para o próximo a ser entrevistado. No meio de tudo isso, Márcio Maio sempre achou tempo para ser simpático e solícito com quem quer fosse. Mesmo que a pessoa em questão fosse uma estagiária de um jornal regional (no caso, eu).


O tempo passou, outros jornais e coletivas vieram, assim como a chance de conhecer o Márcio. Se eu já tinha grande admiração por ele, foi numa viagem de dois dias ao Rio que ele me ganhou de vez. Depois de uma pauta extenuante no Piscinão de Ramos, no fim de 2009, ele gentilmente se prontificou a levar os jornalistas de São Paulo para jantar. Ele nos esperou na porta do hotel, indicou um restaurante e, na hora de irmos embora, pagou a conta de todos nós. Um gesto e tanto, uma vez que tínhamos bebido e comido pelo dia inteiro de trabalho. No caminho de volta, mais delicadeza. Nos guiou até o hotel em Ipanema e só foi embora quando todos estavam com as chaves de seus quartos em mãos. Não me esqueço desse dia, muito menos do cuidado dele.


Hoje, com a caixa de chocolates que ele me enviou nas mãos, essas lembranças se agitaram na minha cabeça. Há pouco mais de um mês o vi pela última vez, aqui em São Paulo. Sentamos lado a lado numa entrevista coletiva, e ele salvou meu dia. Com sua conversa, sua energia, sua alegria. Há uma semana, falamos muito pelo msn e eu só queria que ele estivesse ao meu lado (ou ao menos em São Paulo) para conseguir abraçá-lo. Hoje, de certa forma, ele fez isso. Ainda que a caixa do correio estivesse vazia, já me alegraria pensar que alguém tão especial como ele pensou em mim. Mas ele foi além: se deu ao trabalho de escolher um mimo e pedir para me entregar no trabalho. Gentileza, delicadeza e carinho assim definitivamente não saem de moda. Em tempos de fast fashion, Márcio Maio é pura grife, é alta-costura das boas. Dener amaria o Márcio, não tenho dúvida, já que era mestre em valorizar o que era realmente bom.

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