
Quando deu a Ernest Beaux a missão de criar um perfume artificial em 1920, Coco Chanel sabia o que queria: ela estava em busca de uma composição que fugisse de aromas naturais, que não se fixavam muito na pele, como o das rosas. Ele fez seis tentativas, ela aprovou o de número 5 por ser o mais duradouro de todos e por ser o que mais tinha a ver com sua personalidade. Desde então, o mítico vidrinho, que ganhou uma aura sexy graças a Marilyn Monroe (segundo ela, a única coisa que usava na hora de dormir era uma gotinha do perfume), persiste nas prateleiras das perfumarias, nos quartos de diferentes gerações de mulheres e no imaginário coletivo de todo fashionista.

Apesar de não ser um perfume fácil, ele é certamente um dos mais encantadores e marcantes que existe. Não por acaso, há um dado quase econômico que ilustra bem o sucesso do Chanel Nº5: a cada trinta segundos, um frasco do perfume é vendido no mundo. Mesmo não estando no mood perfeito para usar Chanel neste momento, sim, porque é preciso estar em dia com a autoconfiança e autoestima para sair exalando o aroma por aí, eu vou insistir. Até porque acho que Coco faria exatamente a mesma coisa. E nunca se sabe. Tão poderoso como é, um Chanel Nº5 pode muito bem mudar um dia, uma semana, um mês. Talvez até salvar um dia, uma semana ou um mês arrasados por uma dor súbita e profunda. Não sei. Dener, que uma vez afirmou, humildemente, claro, "sou a Coco Chanel da moda brasileira", aprovaria o mítico Chanel Nº5. E desaprovaria qualquer tipo de tristeza, é bom que se diga. "Não digam que estou na fossa. Tenho horror a tais estados de espírito". Tá bom, Dener.
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