sábado, 16 de abril de 2011

Uma menina (fashion) chamada Mariana Poli


Minha amizade com a Poli começou por uma razão fashion. Então, acho que esse post super cabe aqui. Quando ela entrou no jornal em que trabalhava, acho que em 2008, nossas mesas ficavam bem longe uma da outra. Reparei que ela estava lá numa noite dura para nós duas. Ela, em seu primeiro dia de trabalho, tendo de virar uma capa dupla. Eu, que quando estava prestes a ir embora, lá pelas 22h30, tive de começar a escrever uma outra matéria para ocupar o espaço de uma pauta que havia acabado de cair.


Não sei por qual razão, notei que, lá longe, ela precisava de ajuda, de alguém que pudesse passar uns números de audiência aquela hora da noite. Por acaso, tinha um contato bom. Levantei e entreguei a ela um papel com um número de telefone. Só falei para ela ligar que iriam ajudá-la. Deu certo. No outro dia, na padaria em frente a Folha, tomando um Todynho com pão na chapa, ouvia ela e outra repórter conversando. Poli tentava convencer a menina a ir com ela num bazar de roupas usadas. Eu que estava na mesa, falei: "Adorooo bazar. Eu vou". No dia seguinte, sem saber nada uma da outra, lá fomos nós em busca de umas tendências fashion do passado. Detalhe: o bazar estava fechado. Acabamos fazendo compras na Paulista mesmo. A partir daquele dia, nos tornamos amigas.


A partir daí, vieram muitos e muitos bazares, brechós, terapias fashion no Iguatemi e no Higienópolis. E muita, mas muita maquiagem grifada. Perdíamos a cabeça, mas nos divertíamos à beça. Também vieram muitas pizzas e Brahmas geladas no Folhão. Redondas no Vitrine, da Augusta, kebabs, no Kebabel, da Fernando Albuquerque. Conversas com minha família na mesa do almoço. E plantões, muitos plantões. Ao mudarmos de emprego, primeiro eu, depois ela, nada, felizmente, mudou.


Mesmo sendo uma das poucas pessoas que conheço que sabem usar tudo da moda a seu favor, sim, a Poli é a menina mais estilosa do mundo e a que tem os vestidos mais incríveis também -não por acaso, ela é hoje editora de moda -, é por tantos outros motivos que ela é tão amada. Na última quarta-feira, triste e de coração apertado, eu não sabia a quem recorrer no meio da tarde. No msn, escrevi: Poli, preciso de você. E, de pronto, ela respondeu: pode vir para cá. Para seu trabalho, perguntei. E ela escreveu: vem amor. E eu, completamente sem direção, fui. Cheguei, ela me levou para o café. Me ouviu, me confortou. Voltou à redação, colocou uma cadeira ao lado de seu computador e ordenou: senta aí. Eu sentei, porque eu só precisava ficar ali perto. Só precisava não ficar sozinha. E, sem me deixar um só minuto, editou textos, selecionou pautas, falou com o namorado. Ao fim do expediente, foi jantar comigo, mesmo que para isso tivesse de levar trabalho para casa.


Dez da noite, eu já tinha chorado a cota do dia. Logo estávamos falando da maneira certa de usar o curvex - eu continuo achando que a melhor maneira de fazer isso é passando o rímel antes, mas eu não sou de discutir com editora de moda, sabe?. Ao irmos embora, cheias de sacolas, na escada rolante do shopping, Poli, com se jeito doce de falar, percebe que esqueceu a bolsa no restaurante: "Cadê minha bolsa, brasil?". Desesperada, ela tentou primeiro subir a escada rolante que descia. Saímos correndo pelo corredor do shopping, pegamos outra escada. E no andar do restaurante, nós duas corremos, uma de cada lado.


Ao ver a discreta bolsa - gigante e com um laço - descansando tranquilinha na mesa, começamos a rir. Essa é a Poli. Que naquele momento triste, além de toda sua amizade, me deu ainda a primeira risada sincera do dia. Amo muito. Não sei o que Dener diria sobre Mari Poli, mas se fosse qualquer coisa menor do que "ela é incrível", eu simplesmente deixaria de amá-lo.

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