domingo, 22 de maio de 2011

A arte de ser Diego Palmieri

Não faz nem uma semana que o Diego me disse: "não posso gastar mais nada, nem entrar na Zara eu posso". Isso para dias ou horas depois, ele me vir com essa: "comprei umas camisetas num site gringo e gastei horrores, em dólares, claro". Só por isso eu já diria que não dá para não amar. Mas isso é muito pouco diante de tudo o que o Diego Palmieri faz pelo lucro das lojas (incluindo as de filmes e discos), do Brasil e do mundo, e por nós, suas amigas.


O Diego apareceu assim, como quem não quer nada, no final de 2007. O jornal pegava fogo com os adiantamentos de fim e começo de ano, ninguém sequer olhava para o lado, mas eu olhei para frente. E lá estava ele, quieto, começando uma jornada que duraria bons três anos. Não sei bem como é que nos aproximamos, só sei que de certo momento em diante não nos largamos mais. Quando a coisa apertava, quando havia uma fofoca ou bafão urgente, nós íamos beber água. De um canto privilegiado da redação, usávamos o tempo da maneira mais inteligente que já vi: em cinco minutos, resumíamos uma paixão, um fora, um emprego novo, uma entrevista promissora ou um medo terrível de ter cometido algum erro. E isso era o mais frequente.


Como sempre chegávamos muito cedo no jornal, era com ele que eu falava antes de ir nas cabines, e era ele quem me esperava voltar para dividirmos o famoso parmeagiana do Só o que Interessa, restaurante que se chamava, na verdade, Leão da Barão. Quando voltava, Diego já tinha armado um almoço com todo mundo. A mesa estava sempre cheia, com potinhos de manteiga e pão francês branco e gordo numa cestinha de vime.




Uma vez ele cometeu um pecado fashion. Pisou no meu pé quando eu estava usando um par de sandálias pink de tiras que eu amava (ok, não era acessório para o nosso dia a dia, mas sabe como é, ninguém é de ferro). A sandália arrebentou. Juro, não liguei, mas ele ficou desesperado. Lembro até hoje da cara dele. Eu lamentei, claro, aquele calçado tinha toda uma história, como todos têm para mim, mas eu dei de ombros. Se tivesse como arrumar, ok, senão seria uma bela desculpa para eu comprar mais um sapatinho. Esqueci. No dia seguinte, o Diego me aparece com uma sacola cheia de doces, tabletes de chocolates gigantes e muitos muitos Mentos. Ele é assim, doce.




Numa festa em que eu perdi um pouco a cabeça e me vi dançando, em cima do palco, com o vocalista da banda, enquanto dezenas de pessoas conhecidas me aplaudiam da pista, eu cheguei para o Diego, assim que achei o caminho, claro, e disse: "Di, estou mal. Preciso ir embora e vou sem me despedir de ninguém, mas preciso que você me coloque dentro de um táxi". Ele saiu, de madrugada, segurando minha mão, achou um motorista e me colocou bonitinha lá dentro. Outra vez, na saída da The Week, num dia em que o Franz Ferdinand fez um show arrasador por lá, ele repetiu o gesto, só que dessa vez tinha uma missão extra: achar um táxi que aceitasse cartão de débito. Se a vida de bailarina não é fácil, eu faço a do Diego, às vezes, impossível.




No ano passado, cismamos de ir no show da Beyoncé. Tomamos chuva, dividimos cervejas, rimos e andamos horas, mais uma vez, atrás de um táxi. Coincidência ou não, a última cerveja que tomei foi com ele. Dias depois, tanta coisa aconteceu e nada mais foi como era antes. Quer dizer, quase nada. Minha amizade e amor pelo Di seguem firmes e fortes e acabei achando ótimo que minha última lembrança alcoólica esteja associada a ele. Ontem à noite estive com ele, o que acontece ao menos uma vez por semana, e confesso, já estou com saudade. Tenho para mim que Dener amaria o Diego, mas isso eu nunca vou saber. O que eu sei é que eu o amo.

5 comentários:

  1. Ai que meigo! Ate chorei no fim!!!!!
    Di, eu tbm te amo por duas coisas, uma esta explicita, por vc amar uma das pessoas mais importantes pra mim, a minha Irma! E a segunda, nunca vou esquecer aquele dia do show da Madona, vc foi tão carinhoso, tão atencioso, parecia que me conhecia a anos! Adoro vc!!!! Bj

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  2. Ei, Carol nos fazendo chorar aqui! ;P Amo vc tb, chica guapa. Sempre arrasamos na noite, e acredito que uma força divina nos aproximou. Aliás, toda a nossa equipe de ex-agorianos. Não dá pra reclamar de nada. Nunca! Arrasou no texto. Do meu jeitinho, não tão fashion para os padrões de Dener, mas estou aqui... Gabrielle já dizia! ;P <3

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  3. Caramba ....acho um texto super merecido...Diego é desses que nos deixa sempre com a lembrança e o sentimento de um bom amigo!!!!

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  4. que linda homenagem a esse amigo doce e querido! Tbm amo o Di! :)

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