domingo, 8 de maio de 2011

Mãe não sai de moda



Se tem uma coisa que eu aprendi com minha mãe é que, independentemente de ser bonita, uma mulher deve estar sempre bem cuidada - ou ao menos, fazer o possível para isso. Quando eu era bem pequena e roía as unhas, minha mãe sempre passava um esmaltinho nelas. Eu detestava. Toda vez que tínhamos uma festa para ir, o que era absurdamente comum, eu tinha de abandonar a TV ou um brinquedo para dar um jeito nas unhas. Quando eu me tornei adolescente, ela comprou o primeiro esmalte colorido que passei, era um café da Colorama. De lá para cá, pode acontecer o que for, eu estou com minhas unhas feitas. Minha mãe, mais uma vez tinha razão: cuidando da gente e se sentindo bem, as coisas fluem melhor, ainda que seja uma fase complicada. Talvez por isso, no momento, nossa "caixinha" de manicure conta com 80 esmaltes diferentes. Leia-se: estamos preparadas para tudo.




E não foi só o amor aos esmaltes e aos cuidados básicos que uma mulher deve ter que minha mãe me ensinou. Com ela, aprendi que palavras podem ser substituídas por gestos. Não sei nem quantas vezes nos abraçamos silenciosamente na cozinha, de madrugada, e resolvemos tudo ali mesmo, sem que uma palavra fosse dita. O bom de ir amadurecendo é que o amor pela mãe muda e cresce, pelo menos é assim que acontece comigo. Eu vou me reconhecendo ali, em alguns pequenos detalhes, e torcendo para que eu siga pela vida com tanta energia, coragem e alegria como ela.


Minha mãe tem um hábito, que repete acho até sem perceber, que é deixar uma luz acesa em frente a porta da cozinha para que eu me localize melhor toda vez que chego tarde em casa, seja em dias em que estou trabalhando ou me divertindo. Isso resume o que ela é na minha vida: toda vez que estou na escuridão, ela surge e acende uma luz, deixando tudo mais claro e mais fácil, ainda que seja noite e que eu esteja sozinha. Dener poderia até achar esse texto brega, ok, falar de amor acaba caindo na breguice mesmo, mas ele também tinha uma relação e tanto com sua mãe. Acho que eu e ele concordaríamos em classificar nossas mães como mulheres luxo.

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