segunda-feira, 16 de maio de 2011

Pensamento fashion de Robert Mapplethorpe


"Para Robert, vestir-se era uma arte viva. Ele enrolava um baseado pequeno, fumava, e olhava para suas poucas peças de roupa pensando nos acessórios (...). A procura do acessório adequado podia levá-los a verdadeiras caças ao tesouro estéticas, escavando Marcel Duchamp, fotografias de Cecil Beaton, Nadar ou Helmut Newton. Às vezes esses estudos comparativos impeliam Sandy a fazer algumas polaroides, o que levava à discussão da validade da Polaroid como arte. Por fim, chegava o momento de enfrentar a questão shakesperiana: ele devia ou não usar três colares? No final, um era sutil demais e dois não causavam impacto. Então o segundo debate seria: devia usar três ou nenhum?"


"A paixão por belos calçados chegou ao cúmulo uma noite quando voltávamos do Max's. Virando a esquina da Seventh Avenue encontramos um par de sapatos de crocodilo, reluzindo na calçada. Robert pegou-os e abraçou-os contra o peito, dizendo que eram um tesouro. Eram sapatos marrom-escuros com cadarços de seda, sem nenhum sinal de uso. Foram parar em uma obra, que ele sempre desfazia quando precisava calçá-los. Com um bolo de lenços de papel dentro dos bicos finos, eram um belo acessório, talvez um pouco destoante da calça de algodão e da blusa de gola olímpica. Ele acabou trocando essa blusa por uma camiseta preta de tule, acrescentando um grande chaveiro no cinto e abolindo as meias. Então estava pronto para a noitada no Max's, sem dinheiro para o táxi mas com os pés resplandecentes".

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